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    JP Morgan prevê alta de 1 p.p. da Selic em dezembro após anúncio de pacote fiscal

    A instituição afirmou que o pacote falhou "em recuperar credibilidade da política econômica"

    Reuters

    O JP Morgan previu nesta quinta-feira (28) que o Comitê de Política Monetária elevará a taxa básica de juros em 1 ponto percentual na sua reunião de 10 e 11 de dezembro e aumentou sua projeção da Selic ao fim do atual ciclo de alta de 13% para 14,25%, ao diagnosticar um aprofundamento do conflito entre a política fiscal e a política monetária após o anúncio do pacote fiscal do governo.

    A instituição afirmou que o pacote falhou “em recuperar credibilidade da política econômica”, destacando que uma depreciação do câmbio e uma piora nas expectativas de inflação devem elevar as pressões sobre os preços, forçando o BC a subir os juros em um ritmo mais acelerado do que pensado anteriormente.

    “Vemos agora o Banco Central aumentando os juros em 1 ponto percentual na próxima reunião, levando a uma taxa terminal de 14,25%, de 13% antes”, disse O JP Morgan em nota assinada pelos economistas Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira e Mirella Mirandola Sampaio.

    “Apesar do elevado grau de incerteza sobre a evolução da política monetária no curto prazo, uma abordagem monetária mais gradual neste momento poderia reforçar a deterioração das expectativas de inflação num contexto de riscos internos e externos.”

    No início deste mês, após o Copom elevar os juros em 0,50 ponto percentual para 11,25%, o JP Morgan previa que o BC manteria um ritmo de altas de 0,50 ponto percentual por reunião até março.

    O JP Morgan avaliou agora que a economia gerada pelo pacote deve ficar bem abaixo das estimativas “otimistas” do governo, chegando a aproximadamente R$ 15 bilhões em 2025, ante projeções de R$ 30,6 bilhões da área econômica.

    “Embora esta combinação de projetos proposta facilite o processo de execução orçamentária, na nossa opinião, falta um ajuste mais estrutural que reduza significativamente o déficit fiscal e melhore a percepção dos agentes econômicos sobre a sustentabilidade da dívida em relação ao Produto Interno Bruto”, disse a nota.

    A instituição destacou ainda a proposta da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais e o aumento de taxação para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês como fatores que também podem impulsionar a inflação.

    “Mesmo sob o pressuposto otimista de que esta reforma é neutra em termos fiscais, não é neutra em termos de demanda, uma vez que aumenta o rendimento disponível de indivíduos com elevada propensão para consumir. Consequentemente, também não é neutra em termos de inflação.”

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