Itaú Unibanco defende contenção de R$ 35 bilhões no orçamento de 2025
Equipe econômica quer limite mais rigoroso de execução orçamentária no primeiro semestre para dissipar dúvidas do mercado sobre déficit zero


O Itaú Unibanco defende um congelamento de R$ 35 bilhões das despesas discricionárias do Orçamento Geral da União (OGU), já em março, como forma de o governo demonstrar compromisso de cumprir a meta fiscal de déficit zero em 2025.
A recomendação faz parte de relatório da equipe de pesquisa macroeconômica do banco divulgado nesta segunda-feira (17).
O Itaú Unibanco projeta um déficit primário de 0,7% do PIB neste ano.
“Para 2025, por ora, não esperamos o cumprimento do alvo de -0,6% do PIB (considerando abatimentos e o limite inferior da meta oficial de 0%)”, diz o relatório, assinado pelo economista-chefe da instituição financeira, Mário Mesquita.
“Nas despesas, avaliamos ser importante que o governo anuncie uma contenção de gastos discricionários significativa, da ordem de R$ 35 bilhões, como forma de reforçar a disposição de cumprir seu plano fiscal”, acrescenta.
“O anúncio de uma contenção de despesas já robusta na 1ª revisão bimestral, em março, sinalizaria uma maior prudência na execução orçamentária.”
Mais cedo, a CNN publicou que o governo pretende perseguir um congelamento rigoroso de gastos logo nas primeiras revisões bimestrais de receitas e despesas – em vez de repetir a estratégia, adotada no ano passado, de distribuir os bloqueios e contingenciamentos ao longo de todo o ano.
Enquanto o orçamento não for aprovado, a equipe econômica quer uma execução mensal próxima de 1/18. A regra formal continua sendo a do duodécimo (aplicação de 1/12 por mês da proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional).
Até a aprovação da proposta, porém, a ideia é fazer uma gestão mais rígida dos gastos discricionários.
Reservadamente, a área econômica vê com ceticismo a possibilidade de aval do Congresso até meados de março, quando ocorre a primeira reavaliação bimestral de receitas e despesas.
Como não é possível fazer um contingenciamento ou bloqueio sem o orçamento aprovado, cogita-se um decreto “rigoroso” de limite para a execução orçamentária dos ministérios, a fim de deixar claro o compromisso do governo com a meta de déficit zero.
O congelamento, de fato, viria então na revisão de maio.
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