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    Ipea reduz projeção de crescimento do PIB para 4,5% em 2021

    Instituto também revisou para baixo a previsão para o ano que vem, que caiu de 1,8% para 1,1%

    Stéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    A poucos dias para o fim do ano, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério da Economia, reduziu nesta quarta-feira (22) a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. A estimativa passou de 4,8% para 4,5%.

    O órgão também revisou a previsão do crescimento do PIB para 2022. A projeção passou de 1,8% para 1,1%, de acordo com a Visão Geral de Conjuntura, uma análise trimestral produzida pelo órgão.

    Segundo o instituto, a projeção foi afetada pelo impacto negativo da alta da inflação no poder de compra das famílias, o que gera um aperto na política monetária acima do esperado, por causa da alta da inflação e da elevação da taxa de juros, o que dificultará o acesso ao crédito.

    Contudo, o lado positivo fica por conta do Auxílio Brasil e do aumento gradativo da população ocupada, o que pode influenciar a demanda.

    O estudo do Ipea prevê que o crescimento brasileiro em 2022 será puxado pela recuperação da agropecuária, que deve avançar 2,8%, e do setor de serviços, com alta esperada de 1,3%.

    No entanto, José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, essa projeção depende da confirmação de uma série de condicionantes.

    “Prevemos que a economia vai crescer no ano que vem, porém, o grau de incerteza aumentou significativamente em função de fatores como a rápida disseminação mundial da nova variante da Covid-19 [Ômicron] e as possíveis mudanças de política monetária nos países desenvolvidos”, afirmou.

    O trabalho destaca que a persistência inflacionária influencia a economia no mundo inteiro, com grande impacto nos preços das commodities e nos preços ao consumidor final.

    Revisão para 2021

    A redução da estimativa reduzida de 4,8% para 4,5% é motivada por atualizações provocadas pelos indicadores de atividade econômica do IBGE para o terceiro trimestre e para o mês de outubro, que apresentaram resultados abaixo do aguardado.

    A nova projeção conta com um crescimento de 0,6% na produção industrial de novembro, ainda não divulgada, alta de 0,4% no faturamento real dos serviços e que as vendas do comércio varejista tenham alta de 0,7%, no conceito ampliado, que inclui veículos e materiais de construção.

    É projetada alta de 4,9% para a indústria e 4,5% no setor de serviços. Contudo, a agropecuária deve fechar o ano em queda de 1,2%.

    Essa era justamente a previsão de crescimento para o setor, que não levou em conta os efeitos climáticos que afetaram a safra do ano e o embargo de quatro meses imposto pela China à carne bovina brasileira, por razões sanitárias.

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