Intenção de consumo das famílias atinge maior nível em 21 meses, diz CNC
Com crescimento de 0,4%, indicador tem o melhor desempenho desde maio de 2020, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
As famílias brasileiras começaram o ano de 2022 com a a intenção de consumir mais. É o que mostram os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados nesta sexta-feira (18).
Os números apontam um crescimento de 0,4% em fevereiro, confirmando a tendência positiva registrada em janeiro. Neste mês, o melhor desde maio de 2020, o indicador atingiu 77,6 pontos.
O segundo aumento consecutivo da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) foi influenciado, em especial, pelos critérios ligados ao rendimento dos trabalhadores e às compras a prazo.
Na avaliação da renda atual, cerca de 27% das famílias consideram que faturam mais agora do que em 2021. De acordo com os entrevistados, o acesso ao crédito também ficou mais fácil. Depois de quatro meses em queda, o item teve o primeiro crescimento: 0,7%.
Apesar da performance favorável, nas considerações individuais, aconteceram recuos frente aos resultados de janeiro.
Ao todo, dos sete tópicos usados como base para os cálculos do estudo, cinco apresentaram quedas: emprego atual (-0,5%), renda atual (-0,4%), consumo atual (-0,5%), perspectiva profissional (-0,5%) e perspectiva de consumo (-0,1%). Apenas acesso ao crédito (0,5%) e momento para duráveis (0,4%) subiram na passagem do mês.
“O indicador permaneceu superando seus resultados anteriores, sendo melhor do que em fevereiro do ano passado. Contudo, esse aumento foi em proporção menor do que em janeiro, demonstrando que as incertezas para este ano estão tornando as famílias mais cautelosas ao consumir”, apontou a pesquisa. Em fevereiro de 2021, o índice era de 74,2 pontos.
O ICF funciona como uma prévia da expectativa de consumo no país, por meio das perspectivas das famílias. Quando o indicador fica abaixo dos 100 pontos, a CNC classifica que há um cenário insatisfatório por parte da população.
A pesquisa não registra níveis de satisfação, isto é, acima dos 100 pontos, desde abril de 2015. A última vez que o país esteve nessa conjuntura, há mais de seis anos, o resultado foi 102,9 pontos.
Assim, na análise por faixa de renda, as famílias com ganhos acima de 10 salários-mínimos demostraram grau de insatisfação de 94,5 pontos. No comparativo mensal, a queda foi 0,6%. Já no relativo ao ano, houve acréscimo de 10,5%.
Enquanto isso, nos núcleos familiares com renda abaixo de 10 salários-mínimos, o indicador atingiu 74 pontos.
Dessa forma, a confederação também registrou insatisfação nesta parcela dos consumidores, uma vez que os números seguem abaixo dos 100 pontos. No mês, o crescimento foi de 0,7%. No comparativo anual, a alta foi de 2,9%.
*Sob supervisão de Stéfano Salles