Integração da América Latina é imperativo para desenvolvimento, diz Haddad em Davos

A integração entre países da América Latina “é um imperativo” para o desenvolvimento da região, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Davos, na Suíça, que defendeu acordos comerciais e projetos conjuntos de infraestrutura, sobretudo no que diz respeito à energia limpa.

“Integração regional é um imperativo para o nosso desenvolvimento (…) nosso subcontinente tem vantagens competitivas em relação ao mundo e a geração de energia limpa tem algumas particularidades que precisam ser notadas”, disse em painel sobre liderança na América Latina, no Fórum Econômico Mundial.

Entre as peculiaridades, o ministro cita o fato de a energia limpa, seja ela hidrelétrica, eólica, solar ou de hidrogênio verde, ter uma limitação que pode ser uma vantagem competitiva da região: “Ela não é facilmente transportável. Você não transporta energia eólica, hidrelétrica ou solar como transporta o óleo”.

Nesse sentido, “pode ser uma vantagem interligar as Américas com linhas de transmissão, mas também pode ser um fator determinante para atração de empresas, indústrias que queiram produzir a partir da energia limpa, para que toda sua cadeia produtiva esteja em compasso com as determinações ambientais que hoje são incontornáveis”, diz.

Para que a integração no setor seja possível, Haddad também defende que a “integração dos nossos mercados para ganhos de escala consideráveis seja outro elemento importante para atração de investimentos externos compatíveis com as nossas necessidades, para oferecer maior qualidade de trabalho para nossos trabalhadores”.

“Podemos fazer do nosso continente e da energia limpa um elemento central de um processo de reindustrialização”.

*Publicado por Ligia Tuon