Inflação pressionada gera chuva de revisões e traz dúvida: a meta deve subir?
Para discutir as perspectivas para o futuro do mercado de ações e para o dólar, a comentarista de economia da CNN Thais Herédia ouve especialistas


O IPCA surpreendeu, subindo 0,83% em maio, e mostrou duas coisas: a inflação, além de estar bem mais alta, está mais espalhada na economia. Essa constatação já provocou uma nova onda de revisões para cima sobre o índice deste ano, e cada vez mais gente está entrando nessa.
O Brasil começou o ano com uma expectativa de inflação de 3%, segundo o primeiro Boletim Focus de janeiro de 2021. Para hoje, as principais corretoras e bancos estão falando em patamares mais próximos de 6%, principalmente depois do resultado do IPCA de maio, publicado na véspera.
Diante dos choques de preços que estamos passando agora, com a inflação em 12 meses acima dos 8%, do risco de a conta de luz seguir lá no topo da tarifa, de uma retomada mais forte da economia, que pode pressionar ainda mais os preços, qual deve ser a meta de inflação para daqui a três anos?
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decide no dia 24 de junho a nova meta de inflação para 2024. Será que, até lá, tudo isso terá passado e o país vai alcançar uma estabilidade que permita uma inflação na casa dos 3% sem que o juro precise ficar tão alto como era no passado?
Um dos pais do modelo de sistema de metas para a inflação, implementado em 1999, na gestão de Armínio Fraga, diz que não. Não dá para a gente ter uma meta menor enquanto o Brasil não rever a estrutura dos gastos públicos.
E o que acontece quando a inflação sobe? O Banco Central tem de apertar os juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) já é na semana que vem.
Para discutir as perspectivas para o futuro do mercado de ações e para o dólar, a comentarista de economia da CNN e apresentadora desse podcast, Thais Herédia, traz uma série de notícias e ouve especialistas.
*Texto publicado por Ligia Tuon