Inflação no Reino Unido sobe 5,4% em 2021, maior valor dos últimos 30 anos
Resultado superou a expectativa de analistas consultados, que previam ganho de 5,2%, e afastou a inflação britânica da meta de 2%.
A inflação dos preços ao consumidor no Reino Unido atingiu o nível mais alto em três décadas, pressionando as famílias, que já enfrentam um enorme aumento nos custos de energia.
A inflação subiu para 5,4% em dezembro, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais nesta quarta-feira (19), a taxa mais alta desde 1992. Os maiores aumentos de preços foram para os setores de transporte, alimentos e bebidas, móveis, habitação e bens domésticos.
O resultado superou a expectativa de analistas, que previam alta de 5,2%, e afastou a inflação britânica da meta de 2%.
Os preços agora estão subindo muito mais rápido do que os salários, tornando mais difícil para as famílias sobreviverem. Os salários aumentaram a uma taxa anual de 3,8% em dezembro.
E muito mais dor está a caminho. Os consumidores britânicos enfrentarão um forte aumento nos custos em abril, quando um teto para os preços da energia será aumentado e os impostos subirão. As famílias pagarão 790 libras (cerca de US$ 1.075) a mais para aquecer e iluminar suas casas este ano, de acordo com o Bank of America.
“Não é nenhum segredo que a inflação vai subir ainda mais”, disse Paul Dales, economista-chefe da Capital Economics no Reino Unido na quarta-feira. Ele espera que a inflação de preços ao consumidor atinja 7% em abril e fique acima de 4% durante todo este ano.
Em dezembro, o Banco da Inglaterra se tornou o primeiro grande banco central a aumentar as taxas de juros desde o início da pandemia.
Mas o aumento de preços colocará os formuladores de políticas sob pressão para serem ainda mais agressivos. Dales espera que o Banco da Inglaterra aumente as taxas em fevereiro para 0,5%.
O primeiro-ministro Boris Johnson enfrentou pedidos para fazer mais para ajudar as famílias. O principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, propôs, por exemplo, um imposto sobre lucros inesperados para empresas que bombeiam petróleo e gás do Mar do Norte, o que ajudaria a compensar o aumento dos preços da energia.
