Inflação na zona do euro cai e reforça esperanças de desaceleração dos juros
Preços ao consumidor nos 19 países que adotam o euro subiram 10,0% neste mês, após uma alta de 10,6% em outubro
A inflação na zona do euro diminuiu muito mais do que o esperado em novembro, aumentando as esperanças de que o forte crescimento dos preços já tenha passado do pico e reforçando a expectativa de uma desaceleração nos aumentos de juros do Banco Central Europeu (BCE) no próximo mês.
Os preços ao consumidor nos 19 países que adotam o euro subiram 10,0% neste mês, após uma alta de 10,6% em outubro, ficando bem abaixo das expectativas de 10,4% apontada por uma pesquisa da Reuters com analistas.
O quadro geral é mais matizado, no entanto, já que os preços da energia foram responsáveis pela maior parte da desaceleração, enquanto a inflação dos preços dos alimentos, uma preocupação importante, continuou a acelerar, mostraram dados da Eurostat nesta quarta-feira (30).
Com a inflação em mais de cinco vezes sua meta de 2%, o BCE elevou as taxas de juros em seu ritmo mais rápido já registrado neste ano e uma série de altas nos próximos meses ainda é provável.
Mas depois de movimentos consecutivos de 75 pontos-base, alguns formuladores de política monetária defenderam recentemente um aumento de 50 pontos-base em 15 de dezembro, argumentando que a inflação está finalmente atingindo o pico e que o BCE fez progresso suficiente para justificar medidas mais modestas .
Embora a queda no índice de inflação, a primeira na zona do euro em mais de um ano, fortaleça o argumento para uma ação mais comedida do BCE no próximo mês, os dados de quarta-feira também podem alimentar temores de que a inflação se mostra mais persistente do que o esperado.
O crescimento dos preços subjacentes, que excluem os preços voláteis de alimentos e energia, permaneceu forte, o que provavelmente desencadeará alertas de banqueiros centrais conservadores, enquanto a alta dos preços dos alimentos, uma das principais preocupações dos governos, mostra poucos sinais de pico.
Excluindo os custos de alimentos e combustíveis, a inflação subiu de 6,4% para 6,6%, contrariando as expectativas de queda, enquanto uma medida ainda mais estreita, que também exclui álcool e tabaco, manteve-se estável em 5,0%.
A inflação de alimentos processados, álcool e tabaco, uma categoria-chave, acelerou de 12,4% para 13,6%.