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    Inflação é maior para os mais pobres pelo sétimo mês consecutivo, diz Ipea

    Indicador mostra aceleração de 1,35% no aumento dos preços de bens e serviços para famílias com renda de até R$ 1,8 mil mensais

    Lucas Janoneda CNN

    A inflação das famílias brasileiras mais pobres cresceu em outubro de 2021 pelo sétimo mês consecutivo, e segue em ritmo mais acelerado do que para pessoas com maior poder aquisitivo. Os dados fazem parte de um estudo divulgado, nesta sexta-feira (12), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    O levantamento mostra que a inflação para as famílias de renda ‘muito baixa’ subiu 1,35% em outubro, em comparação com o mês anterior.

    No acumulado do ano, a alta no índice para as pessoas com menor poder aquisitivo do país foi de 8,57%. Segundo o Ipea, esse grupo familiar tem renda inferior a R$ 1,8 mil mensais.

    O grupo populacional de renda ‘média-baixa’ foi o segundo que mais sentiu a pressão inflacionária, com um crescimento de 1,27% no índice neste mês, frente a setembro. A faixa de renda mensal domiciliar do grupo fica entre R$ 1,8 mil e R$ 2,7 mil.

    Já para as famílias com renda média, que ganham até R$ 8 mil, a inflação subiu 1,19% em outubro, no comparado com o mês anterior. No acumulado do ano, a alta foi de 8,31%.

    Com renda média de R$ 10 mil, a população brasileira de renda ‘média-alta’ registrou um crescimento mensal de 1,10%. Por fim, as famílias com renda ‘alta’, com renda superior a R$ 17 mil mensais, tiveram um acréscimo de 1,20% no indicador.

    Pressionado pelo reajuste da conta de luz e do preço do botijão de gás, o grupo de habitação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias com menor poder aquisitivo em outubro. Em seguida aparecem os alimentos, com destaque para as proteínas animais.

    Já para as classes de rendas mais altas, o principal foco inflacionário foi gerado pelo grupo de transportes, impactado, sobretudo, pelos reajustes da gasolina, dos transportes por aplicativos e das passagens aéreas.

    “A inflação está sempre relacionada com o padrão de cada família. Para quem faz viagem aérea, a alta de 33% no preço das passagens pesou muito no bolso. Para as famílias de baixa renda, o que realmente impacta na renda é a alta no gás de botijão, nos produtos de limpeza e nos valores dos remédios”, disse Maria Andreia Lameiras, Técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, à CNN.

    “A título de curiosidade, um botijão de gás representa quase 10% de toda renda das pessoas com menor poder aquisitivo, enquanto as famílias com alto poder aquisitivo gastam apenas 1% da renda com gás encanado”, acrescentou.

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