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    Inflação de março nos EUA vai indicar trajetória de juros do FED, diz Campos Neto

    Campos Neto reforçou que o número “é muito relevante” para que o BC americano tenha uma “narrativa” sobre o processo de desinflação

    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento ReutersNEXT, em Nova York
    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento ReutersNEXT, em Nova York 09/11/2023 REUTERS/Brendan McDermid

    Cristiane Nobertoda CNN

    Brasília

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que os dados de inflação de março dos Estados Unidos, que serão divulgados no próximo dia 10 de abril, e as medidas que serão adotadas pelo Federal Reserve (Banco Central americano), vão indicar a trajetória da queda de juros no país.

    Em participação no evento Bradesco BBI Brazil Investment Forum, nesta quarta-feira (3), Campos Neto defendeu que elementos citados pelo Fed em suas comunicações, como mão de obra, mercado imobiliário e energia, “não se concretizaram” como desinflacionários, deixando dúvidas ao processo de desinflação no país.

    “Esse número (de inflação) é bastante importante. A gente tem que sair de 3,2% (atual taxa de inflação nos EUA) para alguma coisa mais baixa”, disse. “Senão, vai ficar muito complicada essa narrativa daqui para frente”, pontuou.

    Campos Neto reforçou que o número de 10 de abril “é muito relevante” para que o BC americano tenha uma “narrativa” sobre o processo de desinflação.

    “Essa narrativa tem ficado com um grau de incerteza maior, porque algumas coisas que se identificavam como fatores de desinflação não estão se mostrando tão desinflacionários”, disse.

    Campos Neto também afirmou que a taxa de juros nos EUA, atualmente em 5,25% e 5,50% ao ano, ainda é alta, mas o crescimento do país está “pujante” e os dados de emprego “fortes”.

    Mas, de acordo com ele, os números de inflação também vão indicar a trajetória da queda da taxa de juros no país norte-americano, Campos Neto afirmou que se “o corte de juros pelo FED não for em junho, vai entrar na fase de reprecificação da taxa terminal”.

    Campos Neto ressaltou que o maior problema nisso é o tamanho da dívida dos países, especialmente os de mercado emergente. Segundo ele, agora, até o próprio Fed começa a se preocupar com a questão fiscal e voltou a alertar que esse assunto vai tomar espaço nas discussões de mercado financeiro e em outros bancos centrais globais.