Inflação ao consumidor nos EUA vai a 7,9% em fevereiro, maior valor desde 1982
Governo norte-americano já esperava número alto, devido aos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia
Os preços continuaram subindo no mês de fevereiro nos Estados Unidos, empurrando uma importante medida de inflação para um nível não visto desde janeiro de 1982.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede uma cesta de bens e serviços, ficou em 7,9% nos 12 meses encerrados em fevereiro, sem ajustes sazonais, informou o Centro de Estatísticas Laborais nesta quinta-feira (10). O resultado seguiu as projeções dos economistas.
Os preços da gasolina, alimentos e habitação – que são gastos necessários e não discricionários – impulsionaram os aumentos em fevereiro.
Os preços de fevereiro subiram 0,8%, ajustados para variações sazonais, mais do que em janeiro. Só os da gasolina subiram 6,6% e contribuíram com quase um terço do aumento geral da inflação.
Os alimentos subiram 1% no mês passado, a maior elevação mensal desde abril de 2020.
Cerca de um terço do aumento de 24 centavos por galão no preço do gás regular ocorreu nos últimos cinco dias do mês, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, segundo dados coletados para AAA pelo Oil Price Information Service.
Mas os preços dispararam desde então, com o valor de um galão de gás regular subindo 71 centavos, ou cerca de 20%, desde o final de fevereiro, para US$ 4,36 o galão na quinta-feira (9).
A Casa Branca estava se preparando para um número de inflação alto, afirmou a secretária de imprensa Jen Psaki na quarta-feira (9), devido ao aumento dos custos de energia, que subiram desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Ela acrescentou que os preços crescentes em setores relacionados à pandemia, como viagens e restaurantes, também são esperados à medida que os Estados Unidos se recuperam da onda da variante Ômicron do coronavírus.
Em relatório separado, o Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 11 mil, para 227 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 5 de março.
Economistas previam 217 mil novas solicitações para a última semana. Os pedidos caíram em relação a um recorde de 6,149 milhões alcançado no início de abril de 2020.
Com informações da Reuters