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    Inflação ao consumidor da Europa desacelera a 2,4% e sinaliza corte de juros

    Queda da inflação ao longo do último ano abre margem para corte em junho

    Sede do BCE em Frankfurt, Alemanha
    Sede do BCE em Frankfurt, Alemanha 15/12/2022 - REUTERS/Wolfgang Rattay/File Photo

    Reuters

    A inflação da zona do euro desacelerou no mês passado, reforçando as expectativas de um corte nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) em junho, mesmo com o aumento dos custos de energia e o enfraquecimento do euro afetando as perspectivas, mostraram dados finais da Eurostat nesta quarta-feira (17).

    A inflação nos 20 países que usam o euro desacelerou para 2,4% no mês passado em uma base anual, de 2,6% em fevereiro, em linha com a estimativa preliminar.

    Enquanto isso, o aumento dos preços subjacentes, que filtram os preços voláteis de alimentos e energia, caiu de 3,1% para 2,9%, apesar de a inflação de serviços ter se mantido estável em um nível desconfortavelmente alto de 4%.

    A inflação caiu rapidamente no último ano, abrindo caminho para cortes nas taxas de juros a partir de junho, mesmo que os próximos meses provavelmente tragam dados instáveis sobre os preços e um retorno demorado à meta de 2%.

    A zona do euro está enfrentando forças inflacionárias opostas, o que pode manter a taxa principal flutuando em torno dos níveis atuais nos próximos meses, antes de cair para 2% mais à frente.

    Os fatores que puxam a inflação para baixo incluem a contínua desaceleração do crescimento dos salários, a demanda anêmica devido a um ambiente quase recessivo, a política fiscal restritiva, as importações baratas da China e os preços relativamente baixos do gás após um inverno ameno.

    No entanto, o aumento dos custos do petróleo e o enfraquecimento do euro pressionam os preços para cima, enquanto os custos dos serviços aumentam o risco de a alta dos preços subjacentes ficar acima da meta.

    “O recente aumento nos preços das commodities e da energia aumentará a inflação nos próximos meses, com a fraqueza do euro/dólar patrocinada pela divergência de políticas entre o Fed e o BCE, agravando o movimento”, diz a consultoria TS Lombard em uma nota.

    “A zona do euro continua entre os maiores importadores de energia do mundo, com grande sensibilidade aos preços da energia.”

    O euro se enfraqueceu cerca de 4% em relação ao dólar desde o início do ano, e o movimento foi exacerbado pela expectativa de cortes mais lentos na taxa de juros pelo Federal Reserve, devido à inflação persistente nos Estados Unidos.

    Porém, segundo economistas, esse é um movimento principalmente do dólar, e não do euro.

    Investidores agora veem apenas 75 pontos-base de cortes nos juros este ano, ou dois movimentos após junho, um recuo em comparação com dois meses atrás, quando eram esperados entre quatro e cinco cortes.