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    Incerteza da economia brasileira aumenta em maio, aponta FGV/Ibre

    Indicador subiu um ponto e chegou a 115,9; alta da inflação e situação econômica na China são principais causas do resultado

    Pedro GuimarãesRayane Rochada CNN , no Rio de Janeiro

    O Indicador de Incerteza da Economia (IIE), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), subiu um ponto em maio e chegou a 115,9 pontos no mês, resultado divulgado nesta terça-feira (31).

    O índice é maior que a média de 114,4 pontos registrada entre março de 2015 e fevereiro de 2020, ou seja, nos cinco anos anteriores à pandemia.

    Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, destaca que o desempenho significa um momento de incerteza moderadamente elevada.

    “Apesar de o índice não ter um valor máximo ou um mínimo de referência, ele é padronizado para sempre girar em torno dos 100 pontos. Quando ele está nesse nível, o cenário está moderado. Ou seja, a incerteza não está nem alta nem baixa”, explica.

    “Também colocamos um intervalo de 10 pontos percentuais entre esses 100 pontos, o qual varia de 90 a 110. Assim, quando o Indicador de Incerteza está acima de 110 pontos, é considerado um nível elevado de incerteza”, complementa.

    A especialista ressalta ainda que, em maio, o IEE foi influenciado pelas conjunturas dentro e fora do Brasil. “No fronte internacional, a escalada da inflação em diversos países, o conflito no leste europeu e a desaceleração da economia chinesa são fontes relevantes de incerteza”, pondera.

    No cenário nacional, Gouveia chama a atenção para os impactos inflacionários. “No Brasil, a perda de poder aquisitivo da população diante da inflação, o elevado nível de endividamento das famílias e a piora das condições fiscais ao longo de 2022 levantam dúvidas quanto à continuidade dos resultados positivos para a atividade econômica como os do primeiro trimestre”, conclui.

    Para fazer a análise, o estudo coleta informações dos principais jornais brasileiros e do mercado financeiro. Além disso, ele é formado por dois componentes: o IIE-Br, com peso de 80% no resultado final, e o IIE-Expectativa, com 20%. Em maio, eles caminharam no mesmo sentido.

    O primeiro leva em consideração a frequência de notícias que saem na mídia com menção à incerteza econômica brasileira. Assim, quanto mais publicações em jornais citarem a incerteza econômica, maior será o indicador. Neste mês, o aumento foi de 0,5 ponto, chegando a 114,1.

    Já o IIE-Br Expectativa mede a variação das previsões dos analistas econômicos em relação à inflação, taxa câmbio e taxa Selic no ano seguinte. “Quando esse indicador está muito alto, significa que há uma dispersão bem grande dentro do mercado das previsões dessas variáveis. Isto é, o mercado está tendo uma discordância de como elas estarão um ano à frente”, afirma Anna Carolina Gouveia.

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