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    Impacto da pandemia no emprego é mais severo do que o esperado, aponta OIT

    Desigualdade na distribuição de vacinas e de estímulos fiscais entre as regiões se reflete no mercado de trabalho

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil Business

    A pandemia da Covid-19 trouxe consequências mais severas do que o esperado para o mercado de trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

    Segundo levantamento, a Organização prevê que o número total de horas trabalhadas em 2021 será 4,3% menor do que a média antes pandemia, sendo o quarto trimestre de 2019 como base comparativa. A baixa é equivalente a 125 milhões de empregos em tempo integral.

    Em junho deste ano, a Organização indicava que a redução seria de 3,5%, ou 100 milhões de empregos em tempo integral.

    A Europa e a Ásia Central foram as regiões menos afetadas, com níveis 2,5% abaixo do que o índice registrado em 2019. A Ásia e o Pacífico tiveram redução de 4,6%, nas Américas foi de 5,4%, na África caiu 5,6% e Estados Árabes as horas de trabalho foram 6,5% menores.

    “Esta grande disparidade é amplamente impulsionada pelas principais diferenças na implementação das vacinas e pacotes de estímulo fiscal”, informa a OIT.

    Portanto, a desigualdade na distribuição dos imunizantes também é refletida nas consequências para o mercado de trabalho. Países com a imunização avançada tiveram efeito positivo maior que em  países de baixa renda, que pouco vacinaram a população.

    A recuperação do mercado de trabalho para o ano que vem segue justamente esses dois fatores: vacinas e estímulos.

    Pesquisas indicam que para cada 14 pessoas totalmente vacinadas no segundo trimestre de 2021, um emprego equivalente em tempo integral será adicionado ao mercado de trabalho global.

    Sem as vacinas, informa a OIT, a perda de horas de trabalho em todo o mundo teria sido de 6,0% no segundo trimestre de 2021, e não os 4,8% registrados.

    Além disso, os pacotes de estímulo fiscal também ajudaram na recuperação do trabalho. No entanto, cerca de 86% das medidas de estímulo global foram concentradas em países de renda alta, segundo a Organização.

    “É dramático que essas tendências sejam determinadas pela desigualdade na distribuição de vacinas e pela capacidade fiscal, e é urgente resolver esses dois aspectos”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

    “A atual trajetória dos mercados de trabalho é de recuperação estagnada, com o surgimento de grandes riscos de queda, e uma grande divergência entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento”, afirmou.

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