Ibovespa pode passar dos 130 mil pontos em 2023, diz pesquisa do BofA
Levantamento mostra ainda que 68% quererem aumentar investimentos no mercado acionário brasileiro nos próximos seis meses
Um levantamento do Bank of America, divulgado nesta terça-feira (18), realizando com 32 fundos latino-americanos, com aproximadamente US$ 76 bilhões sob gestão, aponta que o mercado brasileiro tem espaço para subir após as eleições de 2022 e mais investidores querem aportar nas ações no Brasil.
A edição de outubro do “LatAm Fund Manager Survey” aponta que 66% dos entrevistados estimam que o Ibovespa encerrará 2023 acima dos 130 mil pontos, com os setores de energia, consumo discricionário e financeiro entre os favoritos.
Commodities continuam como o segmento pelo qual a indústria mais tem interesse, mas, 40% não acredita que os possíveis estímulos vindos da China serão suficientes para impulsionar o preço das matérias-primas.
No ambiente doméstico, quase 80% dos executivos se disseram preocupados com a questão fiscal após a conclusão das eleições no Brasil. Já no ambiente macro, 56% projetaram que o crescimento do PIB do Brasil deve ser entre 1% e 2% em 2023.
Referente à taxa Selic, a maioria dos entrevistados espera que termine o próximo ano abaixo de 11,75%, e apenas 16% esperam o juro básico abaixo de 10% neste período. Para o real, a metade dos agentes espera cotação acima de R$ 5,11 por dólar ao final de 2023, enquanto menos de 10% enxergam a moeda americana valendo abaixo de R$ 4,81.
A sondagem constatou que 68% dos participantes planejam aumentar a alocação de capital ao mercado acionário brasileiro nos próximos seis meses, o maior nível desde que a pesquisa do BofA começou a ser realizada em 2018.
Segundo Luciano Sobral, economista chefe da Neo Investimentos, 130 mil pontos não é um resultado tão bom. “Isso significa uma alta de 12,5% em relação à taxa que temos hoje, ou seja, os investidores não terão um ganho tão grande, quando comparamos com uma expectativa de alta de 13,20% no CDI, em 2023”, diz.
Mas, ressalta que, em questão de América Latina, a bolsa do Brasil é uma das menos frágeis, assim como no México. “Os investidores estrangeiros vão continuar fazendo aportes no sistema acionário brasileiro. O mercado está animado com o Brasil, pois veem a economia do país com bons olhos, comparando com os outros emergentes”, explica.
Para Pedro Paulo Silveira, diretor de Gestão da Nova Futura Investimentos, há uma preocupação com a questão fiscal, já que há muitas questões que vão ocorrer a partir do próximo ano.
“Prevemos um crescimento do PIB de 1% para 2023 e inflação de 4,7%. A Selic deve terminar em 11,5% e nossa cotação para o real é de R$ 5,10. Nossa projeção para o Ibovespa é de 135 mil pontos”, aposta.
Silveira diz que o mercado está apostando na economia do país, mas com cautela. “Vamos ver um aumento na alocação no mercado acionário, mas vai depender da situação da economia global e das eleições no Brasil”.