Homem mais rico da África anuncia refinaria de US$ 20 bilhões para reviver a indústria petrolífera da Nigéria
Refinaria pretende produzir até 53 milhões de litros de gasolina por dia, além de 4 milhões de litros de diesel e 2 milhões de litros de combustível para jatos de aviação diariamente
A Nigéria autorizou nesta segunda-feira (22) o lançamento da refinaria de petróleo de Dangote – considerada um “divisor de águas” pelo potencial de acabar com as importações de combustível do país.
O presidente do país, Muhammadu Buhari, participou do lançamento da refinaria com capacidade de 650.000 barris por dia na zona de livre comércio de Lekki, no centro comercial de Lagos, em um evento com a presença de alguns chefes de estado da África Ocidental.
No valor de US$ 20 bilhões, a gigantesca refinaria construída pelo Grupo Dangote, que pertence ao homem mais rico da África, Aliko Dangote, pretende produzir até 53 milhões de litros de gasolina por dia, além de 4 milhões de litros de diesel e 2 milhões de litros de combustível para jatos de aviação diariamente.
Em pronunciamento, Dangote descreveu a refinaria como “a maior refinaria de linha única do mundo”.
Espera-se que a refinaria resolva alguns dos problemas de petróleo da Nigéria. Apesar de ser uma nação produtora de petróleo e um dos maiores produtores de petróleo da África, a Nigéria não tem capacidade para refinar a commoditie.
Um grande número desses produtos no país da África Ocidental são importados de outras nações como Índia, Bélgica, Emirados Árabes Unidos e Holanda.
Entre 2015 e 2019, o custo de importação de produtos refinados de petróleo superou as exportações em US$ 58,5 bilhões, segundo a Opep, grupo de grandes produtores de petróleo.
A falta de capacidade de refino da Nigéria apresenta muitos desafios, como gastar bilhões de dólares em importações anualmente e exposição à interrupção do fornecimento doméstico de combustível.
A refinaria de Dangote é significativa porque planeja resolver esses problemas dobrando a capacidade de refino do país, além de aumentar a demanda por combustível no mercado interno e gerar divisas para o país por meio de exportações.
“Haverá disponibilidade constante de combustíveis de alta qualidade para nosso setor de transporte, a refinaria também disponibilizará para nossas indústrias matérias-primas vitais para uma ampla gama de manufaturas”, disse Dangote, que financiou parcialmente a construção da refinaria.
Cerca de 50% dos fundos usados para construir a refinaria vieram do investimento de capital da Dangote, enquanto a outra metade veio de financiamento de dívida de bancos como os bancos Access e Zenith.
“Construímos uma refinaria com capacidade para processar 650 mil barris por dia de uma vez só— que é a maior do mundo… será um divisor de águas na África e no mercado global”, acrescentou Dangote.
A refinaria fica dentro da Zona Franca de Lekki, uma área de livre comércio de 16.500 hectares, que também contém um aeroporto, uma comunidade de start-up e áreas comerciais e residenciais.
O chefe do Banco Central da Nigéria, Godwin Emefiele, disse que a refinaria “é mais do que capaz de atender a todo o consumo doméstico de combustível da Nigéria, dada a sua capacidade de processamento”.
Emefiele explicou ainda que: “A Nigéria pode ser autossuficiente em todos os produtos que consumimos e, ao mesmo tempo, exportar nosso excesso de produção para o resto do mundo”.
A presidente do Gana, Nana Akufo-Ado, que também esteve presente no evento, descreveu a refinaria de Dangote como um “projeto espetacular” que “torna a África Ocidental melhor e mais forte”.
O tamanho da refinaria é sete vezes o tamanho da Ilha Victoria de Lagos, ocupando mais de 2.000 hectares de terra.
