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    Hering mostra que a recuperação do setor ainda está fora de moda

    A Hering começou o trimestre com 38% de suas lojas fechadas. Algumas unidades ainda operam com restrição de horário e da capacidade de atendimento

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A Hering (HGTX3) enfrenta enorme desconfiança dos investidores em 2020. Não à toa, as ações da varejista de moda caem 48,3% no ano. E para recuperar o patamar pré-pandemia nos próximos meses, a empresa vai precisar apresentar resultados que surpreendam o mercado. 

    Não foi no último trimestre que a Hering conseguiu esse efeito surpresa. Os investidores já esperavam um resultado fraco e, na última quarta, o balanço mostrou o que já era esperado, refletindo a dificuldade do varejo de moda como um todo em 2020. 

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    A Hering começou o trimestre com 38% de suas lojas fechadas. Algumas unidades ainda operam com restrição de horário e da capacidade de atendimento. Isso contribuiu com uma queda de 33% na receita bruta da companhia, que foi de R$ 303 milhões no período. 

    A companhia decidiu cortar do seu calendário o lançamento da coleção de verão, que chegaria às lojas em julho. Isto impactou negativamente as vendas, mas, segundo a Genial Investimentos, foi um movimento importante para evitar excesso de estoque. 

    O cancelamento da principal coleção do ano teve impacto fortíssimo nas vendas para os franqueados – queda de 50,4% na comparação anual – e varejistas multimarcas – queda de 35,5%. . 

    No geral, as vendas em mesmas lojas tiveram redução de 10,4%. Este indicador não leva em consideração o desempenho de lojas inauguradas ou fechadas nos últimos 12 meses. 

    Sem avanços

    Na visão da Genial, a palavra que resume o futuro da Hering é “incerteza”. Ao não recomendar a compra de ações da companhia, a corretora é dura e enxerga risco de falência de franqueados e varejistas multimarcas que vendem produtos Hering. 

    “Preferimos adotar uma abordagem mais conservadora para preservar investidores dos reais impactos nos principais canais da Hering durante e depois das medidas de isolamento social”, diz a empresa, em relatório. 

    O preço justo da ação da Hering em novembro de 2021 seria de R$ 17, na visão da Genial. Se isso se concretizar, o papel teria queda de 0,64% nos próximos 12 meses. 

    O BTG Pactual é “menos pessimista” e mantém recomendação neutra para o papel. Para justificar a decisão, a empresa diz, em relatório, que, “apesar do desempenho recente ruim”, enxerga uma recuperação gradual da Hering nos próximos trimestres. 

    Mas não é só a Hering que ganhou um voto de confiança do banco. O BTG vê o varejo de moda, como um todo, se recuperando nos próximos meses. O preço alvo do banco para a ação da Hering para novembro do ano que vem é de R$ 20, avanço de 16%. 

    A boa notícia 

    O “outro lado” do balanço da Hering é o e-commerce. A operação digital da varejista está crescendo, assim como a de seus concorrentes. No último trimestre, a empresa reportou crescimento de 161,2% na receita de sua loja online. 

    O e-commerce atingiu 16,8% de participação no faturamento da companhia entre julho, agosto e setembro. No terceiro trimestre de 2019, a participação do online no faturamento era de 4,3%. 

    A Hering já tem 389 unidades funcionando como centros de distribuição, estratégia que vem sendo adotada pelas principais varejistas do Brasil. Outro ponto positivo na operação online é o crescimento de 42% na base de clientes que têm o hábito de comprar nas lojas físicas e virtuais. 

    A loja virtual da Renner, concorrente da Hering, teve desempenho semelhante no último trimestre, com participação de 16% em todas as vendas e crescimento de 200% nas vendas por canais digitais. 

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