Herdeiros da Samsung devem pagar mais de US$ 10,8 bi em imposto sobre herança
Os herdeiros disseram que planejam pagar a conta durante cinco anos em seis parcelas, a partir deste mês
A família do falecido presidente do conselho de administração da Samsung, Lee Kun-hee, disse nesta quarta-feira (28) que vai pagar mais de 12 trilhões de wons (US$ 10,8 bilhões) em impostos sobre herança, além de doar a vasta coleção particular de arte dele para curadores estatais.
Lee, creditado como responsável por transformar a Samsung na maior fabricante mundial de smartphones e chips de memória, morreu em 25 de outubro de 2020, com a mídia local avaliando sua fortuna em cerca de 26 trilhões de wons.
A conta do imposto sobre herança – uma das maiores já registradas na Coréia do Sul e no mundo – tem sido observada de perto devido ao seu potencial de diluir o controle acionário da família Lee dentro da Samsung.
Os herdeiros disseram que planejam pagar a conta durante cinco anos em seis parcelas, a partir deste mês. “É nosso dever cívico e responsabilidade pagar todos os impostos”, disse a família em um comunicado divulgado pela Samsung.
“Houve uma decepção geral dos investidores, pois nenhum detalhe sobre como as parcelas serão divididas foram revelados”, afirmou o analista Lee Sang-hun da HI Investment & Securities. Em vez disso, os investidores precisarão esperar pelos documentos regulatórios para descobrirem as mudanças na participação acionária do filho de Lee e do vice-presidente da Samsung, Jay Y. Lee, dentre outros membros da família.
Analistas disseram que os herdeiros provavelmente usarão empréstimos e dividendos de suas próprias ações e das de Lee para pagar o imposto.
A participação acionária de Lee, por valor, inclui 4,18% da Samsung, 0,08% das ações preferenciais da Samsung, 20,76% da Samsung Life Insurance, 2,88% da Samsung C&T e 0,01% da Samsung SDS.
Jay Y. Lee é o maior acionista da Samsung C&T com uma participação de 17,33%. O herdeiro está atualmente no meio de uma sentença de prisão de 30 meses por suborno e outros crimes. O governo sul-coreano rejeitou na terça-feira (27) pedidos de perdão de grupos de lobby de negócios.
Grande parte da coleção de arte pessoal de Lee, avaliada em de US$ 1,76 bilhão, que inclui obras de Picasso, Monet e Chagall, será doada a organizações como o Museu Nacional da Coreia e o Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea, informou a família.