Haddad diz a agentes do mercado que não pretende interferir em trocas no BC
Em fevereiro, dois diretores do BC deixam seus postos: Bruno Serra, de Política Monetária),e Paulo Souza, de Fiscalização
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relatou a interlocutores do mercado que não pretende interferir nas próximas trocas em postos-chave que haverá no Banco Central e que pretende se aproximar do presidente do BC, Roberto Campos Neto, realizando reuniões mensais com eles para aproximar a política fiscal da monetária.
Os relatos foram feitos em recentes encontros de Haddad com agentes do mercado, segundo apurou a CNN. O ministro teria dito que não pretende fazer qualquer crivo nas novas nomeações.
Somente em fevereiro, dois diretores do BC deixam seus postos, Bruno Serra (Política Monetária) e Paulo Souza (Fiscalização). Nas conversas, ele também tem dito que a manutenção do salário mínimo em R$ 1.302 e a reoneração do combustível são dois embates que ele pretende vencer internamente no governo na sua largada no ministério.
Por ora, como antecipou a CNN, ele já conseguiu uma sinalização do Palácio do Planalto de que o salário mínimo não será reajustado para R$ 1.320, como defende a ala política do governo. Ele calcula que a manutenção desse valor deve dar um sinal positivo ao mercado.
Em conversa recente com interlocutores do mercado ele ressaltou este ponto como uma das principais “brigas” internas a serem vencidas no governo. O outro ponto relatado por ele é a reoneração dos combustíveis, justamente a primeira derrota dele no governo.
Haddad e sua equipe defendiam o fim da desoneração de impostos sobre combustíveis, mas acabou sendo derrotado pela ala política do governo que temia impacto na inflação e, portanto, na popularidade do governo.
Haddad também teria dito que a reforma tributária a ser defendida pelo governo é a da PEC 45 que está na Câmara. A previsão do ministro é de que a proposta seja aprovada na Câmara entre final de abril e começo de maio.
O ministro também disse que pretende entregar a nova âncora fiscal ainda no primeiro semestre e que ela deve ser baseada no controle de gasto. Mas seus interlocutores consideraram que se trata do ponto mais atrasado em relação aos demais.