Guinada populista do governo pode gerar crise fiscal, diz Eduardo Gianetti
O economista entende que o auxílio emergencial mostrou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma “mina de ouro eleitoral” que pode alterar sua popularidade
Com uma indefinição cada vez maior sobre como será o Renda Cidadã e de onde sairão os recursos para o pretenso programa, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, autor e professor de economia, demonstra preocupação com as possíveis saídas para o programa social
“O ideal para o pós pandemia é continuar com um programa de renda, um bolsa família estendido para atenuar o impacto de uma súbita suspensão do auxílio. Mas temos uma enorme restrição por conta do quadro fiscal brasileiro,” disse em entrevista à CNN nesta sexta-feira (9).
“Se ficar claro no início de 2021 que o governo deu uma guinada populista, gastando além do que arrecada, vamos caminhar para uma crise fiscal, obrigando o governo a aumentar os juros e forçando a inadimplência.”
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O economista entende que o auxílio emergencial mostrou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma “mina de ouro eleitoral” e que sua popularidade está bastante ligada ao benefício.
Gianetti também falou do ministro da Economia, Paulo Guedes, o qual considera a última barreira do governo para executar o populismo econômico, burlando o teto de gastos.
“Não tenho clareza se o governo vai conseguir criar uma continuidade para o auxílio emergencial. Isso vai depender da presença de Guedes, porque ele é o compromisso com a austeridade em um governo onde a guinada populista na política já foi feita. Se ele sair, caminhamos para uma gambiarra para desrespeitar o teto de gastos.”