Guedes sugere financiar Renda Cidadã com emendas parlamentares
Ministro da Economia defende nos bastidores utilizar os recursos das chamadas emendas de bancada ao Orçamento
O ministro da Economia, Paulo Guedes, vem defendendo nos bastidores bancar o Renda Cidadã, novo programa social que o governo quer criar para substituir o Bolsa Família, com recursos das chamadas emendas de bancada ao Orçamento.
A sugestão já foi feita pelo chefe da equipe econômica o relator da PEC Emergencial, senador Márcio Bittar (MDB-AC), que preferia a ideia inicial de Guedes de bancar o programa com desindexação de salários e aposentadorias e fim de subsídios fiscais concedidos a setores da economia.
Leia também:
Governo intensifica negociações para pôr de pé programa social
Quase 10 milhões de brasileiros estão com seus contratos de trabalho suspensos
Atualmente, existem quatro tipos de emendas feitas ao orçamento da União: individual, de bancada, de comissão e da relatoria. As individuais são de autoria de cada senador ou deputado. As de bancada são emendas coletivas, de autoria das bancadas estaduais ou regionais.
Para 2021, a previsão é de que as emendas de bancada somem cerca de R$ 7 bilhões. Esse montante seria insuficiente para bancar o Renda Cidadã. O programa tem estimativa anual de R$ 50 bilhões. O governo, porém, só conta até agora com R$ 34 bilhões previstos para o Bolsa Família.
A interlocutores, Guedes tem dito que o novo programa social já é politicamente viável, mas defende que o Congresso Nacional também precisar dar sua parcela de colaboração para tornar o Renda Cidadã “fiscalmente viável”.
Nos bastidores, o ministro tem ressaltado que sua preferência era bancar o programa com a desindexação de salários, mas que sugeriu usar as emendas, após resistência do presidente Jair Bolsonaro e para afastar propostas que furassem a regra do teto de gastos.