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    Guedes: Com precatórios, não há espaço para ampliar Bolsa Família ou vacinação

    Apesar da declaração, o ministro reforçou que não irão faltar recursos para a saúde e, por isso, o governo está otimista com o ritmo de vacinação no país

    Anna Russido CNN Brasil Business , Brasília

     

    Em mais uma defesa da PEC dos precatórios, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que mesmo a expansão de compra e aplicação de vacinas serão ameaçados caso a conta de R$ 90 bilhões não for parcelada. A fala vem apenas um dia após o ministério da Saúde anunciar uma dose de reforço da vacina contra Covid-19 a partir de setembro.

    “O Orçamento de 2022 vai ser espartano (inflexível), porque com os precatórios não há espaço para ampliação dos programas sociais, seja o Bolsa Família, seja as vacinas, seja o FNDCT (fundo de ciência e tecnologia)”, disse em audiência da Comissão Temporária de Covid-19 do Senado, nesta quinta-feira (26).

    Apesar da declaração, o ministro reforçou que não irão faltar recursos para a saúde e, por isso, o governo está otimista com o ritmo de vacinação no país.

    “O que podemos assegurar é que não faltam e não vão faltar recursos para vacinas. […] Aqueles R$ 20 bilhões que liberamos para compra de vacinas ainda nem foram usados totalmente, mas se precisar de mais R$ 10 bilhões, de R$ 20 bilhões, o Brasil não vai ficar de joelhos por falta de recursos”, afirmou.

    Segundo o ministro, a pressão sobre o Orçamento é constante, mas ficou maior com os precatórios, que chegaram “de repente”. Assim, ele ressaltou que conta com a cooperação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso para que o pagamento do montante seja modulado.

    “Existe um fenômeno ameaçador (precatórios). O assustador é que precatórios deu um salto muito grande em uma base muito baixa. […] Foi nesse sentido que me referi ano passado a uma indústria de precatórios. Tem muita gente trabalhando para que isso dê uma taxa de retorno maior do que trabalhar propriamente na indústria, no comércio, no petróleo, na mineração. É um salto grande demais para ser espontâneo”, criticou.

    Questionado sobre alertas e críticas de economistas e do Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal, sobre a solução encontrado pelo governo de parcelar os precatórios, o ministro rebateu.

    “O IFI é, uma ferramenta de militância. Se tem um militante tocando um instituto de assessoramento do Senado, o Senado começa a se equivocar. […] Ele (IFI) diz que os precatórios, por exemplo, é calote. Perguntem a ele em que condições o ministro Meirelles, o ministro Malan e o ministro Mantega negociaram precatórios. Pergunta se foi calote. Não fiz nada que nunca tivesse sido feito antes”, argumentou.

    Nesse sentido, Guedes disse não ser surpresa a falta de apoio do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, para com o avanço das reformas encaminhadas à Casa pelo Executivo.

    Apesar da conta, o ministro reforçou também seu otimismo na retomada sustentável da economia brasileira. “O déficit fiscal deu um salto de 1% para 10% do PIB, mas este ano recua para 1,7% de novo. Na verdade, com o resultado da arrecadação que saiu ontem, acho que o déficit vem abaixo de 1,5% (do PIB)”, comentou.

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