Governo vê acordo como maior passo da história do Mercosul e celebra bloco forte
Estabelecido no início dos anos 90, Mercosul havia estabelecido até então apenas quatro acordos de livre-comércio fora da região: com Egito, Singapura, Israel e Palestina
O governo brasileiro vê o acordo com a União Europeia (UE), firmado na manhã desta sexta-feira (6) no Uruguai, como o maior passo da história do Mercosul; e celebra o fortalecimento de sua estrutura — num momento em que pairam questionamentos sobre o arranjo do bloco econômico sul-americano.
“É o maior passo dado até hoje, motivo de celebração”, disse à CNN o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua.
Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) também destacou o caráter “histórico” do acordo à CNN.
“Para as empresas brasileiras, o entendimento significa mais oportunidades no robusto mercado europeu, mais fluxos de investimento, mais integração a cadeias de fornecimento globais, além de acesso facilitado a tecnologias avançadas“, disse.
Estabelecido no início dos anos 90, o Mercosul havia estabelecido até então apenas quatro acordos de livre-comércio fora da região: com Egito, Singapura, Israel e Palestina.
Críticos ao bloco indicavam que sua estrutura, inclusive, impedia seus membros de individualmente buscar parcerias.
Um destes críticos é o presidente argentino Javier Milei, que durante sua campanha ao cargo em 2023 chegou a chamar o Mercosul de “fracasso comercial”.
Sua chegada à Casa Rosada levou a temores de enfraquecimento do bloco, com especulações de que o país poderia, inclusive, deixá-lo.
Quadros do governo brasileiro destacam que o acordo ainda não está assinado e precisa ser submetidos à devida tramitação, mas creem que a estrutura do bloco sai fortalecida de Montevidéu.