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    Governo demite Jean Paul Prates da presidência da Petrobras

    Comunicado foi feito pelo próprio Prates a alguns aliados mais próximos; Magda Chambriard deve assumir cargo

    2/03/2023REUTERS/Pilar Olivares

    Thais HerédiaCaio JunqueiraGustavo UribeClarissa Oliveirada CNN

    Brasília e São Paulo

    O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi demitido do comando da estatal pelo presidente Lula. O comunicado foi feito pelo próprio Prates a alguns aliados mais próximos e integrantes de sua equipe, apurou a CNN.

    Jean Paul Prates deve ser substituído por Magda Chambriard, segundo relataram fontes próximas ao comando da empresa. O nome da nova executiva foi confirmado pela estatal.

    Em nota, a Petrobras confirmou a saída de Prates após pedido para que o conselho de administração “se reúna para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato como Presidente da Petrobras de forma negociada”.

    “Adicionalmente, o Sr. Jean Paul informou que, se e uma vez aprovado o encerramento indicado, ele pretende posteriormente apresentar sua renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras”, afirma o comunicado.

    Prates estava no comando da estatal desde o início do governo Lula, em 2023.

    Polêmica com dividendos

    A saída ocorre cerca de um mês após rumores da demissão de Prates em meio a debates entre membros do governo sobre a distribuição de dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023.

    À época, o nome do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, foi cotado para assumir o comando da petroleira.

    Em março, ao divulgar que teve lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023, a Petrobras informou que o conselho de administração havia aprovado a distribuição de R$ 14,2 bilhões em dividendos.

    A decisão repercutiu negativamente no mercado financeiro e expôs entraves entre o presidente e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

    A decisão foi revista posteriormente e o conselho de administração da Petrobras aprovou no fim do mês passado a distribuição de R$ 21,9 bilhões, correspondendo a 50% dos dividendos extraordinários.

    A estatal teve o segundo maior lucro de sua história no ano passado, o que permitiria o pagamento de dividendos extraordinários da ordem de 43,9 bilhões de reais, caso 100% do montante fosse pago.

    Inicialmente, em reunião em março, o conselho havia decidido reter 100% dos dividendos extras possíveis em uma reserva estatutária, manifestando preocupações com a capacidade de investimento da empresa.

    A aprovação dos 50% dos dividendos possíveis atende a recomendação da diretoria executiva da Petrobras, que desde o início defendeu este percentual.

    O valor remanescente do montante possível para dividendo extraordinário deverá ser enviado para a reserva estatutária.

    Também no final de abril, o presidente Lula afirmou que a Petrobras “nunca teve crise”.

    “A crise da Petrobras é o fato de ela ser uma empresa muito grande”, falou. “A Petrobras tem essa crise, uma crise de crescimento”, afirmou em café da manhã com jornalistas.

    “O fato de você ter um desentendimento, uma divergência, uma colocação equivocada, faz parte da existência do ser humano”, disse ele. “A Petrobras está tranquila.”