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    Gigantes do varejo investem em logística e esperam Black Friday maior que 2020

    Combinação de pontos de venda físicos com e-commerce está entre os destaques deste ano

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business , em São Paulo

    A Black Friday já se tornou a segunda data mais importante para o varejo brasileiro, atrás apenas do Natal. O evento se tornou um sinônimo de grandes descontos, e as grandes varejistas esperam um desempenho melhor que o de 2020.

    Um dos principais destaques para o evento em 2021 é a reabertura da economia, permitindo um funcionamento das lojas físicas. A Black Friday de 2020 foi considerada a mais digital de todos os tempos, e, para a edição deste ano, as empresas apostam na combinação dos canais digital e físico.

    Ao mesmo tempo, a data enfrenta alguns desafios. A inflação e a taxa de juros elevadas desincentivam o consumo, ao mesmo tempo em que o alto preço da gasolina encarece fretes. Há ainda o efeito sobre os custos de produção, elevados com a crise energética e problemas nas cadeias globais de suprimento.

    Entretanto, esses problemas não parecem estar afetando o otimismo das maiores companhias de varejo do país para a Black Friday.

    Enquanto as varejistas com lojas físicas e sites apostam na fusão entre os canais, as com presença exclusiva no e-commerce não esperam que a reabertura afete as vendas.

    O CNN Brasil Business entrou em contato com a Via, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, a Magazine Luiza, a Americanas, dona das Lojas Americanas e do Submarino, a Amazon e o Mercado Livre. Confira as expectativas dessas empresas para a Black Friday em 2021:

    Amazon

    A varejista norte-americana iniciou suas operações no Brasil em 2012, mas foi apenas a partir de 2017 que ela passou a fazer parte da Black Friday no país. Apesar de não compartilhar previsões para o evento em 2021, a empresa espera “surpreender os clientes”, afirma Marcelo Giugliano, líder de varejo da Amazon Brasil.

    A Black Friday da varejista, que atua no e-commerce, terá 30 horas de duração, com descontos de até 60% em média e ofertas relâmpago. Livros e eBooks devem ser a categoria com mais desconto, até 70%, seguidos por Moda (50%) e Eletrônicos (35%).

    Segundo Giugliano, a empresa também investiu em logística, e afirma que poderá realizar entregas em um dia para mais de 50 cidades, e em dois dias para 700.

    Uma novidade que a Amazon trouxe para a Black Friday deste ano é a possibilidade de programar compras. Segundo a empresa, em 2020 foi identificada uma tendência das pessoas usarem a data para antecipar compras de presentes para o fim de ano.

    O site da varejista inclui ainda as páginas “Apoie Empreendedores Negros” e “Apoie Pequenos Negócios”, com produtos exclusivos de vendedores desse segmento. A Amazon também possui a página Casa Black Friday, que conta com as chamadas live commerce, transmissões ao vivo com ofertas.

    Americanas

    Dona do site Submarino e das Lojas Americanas, com pontos de venda físicos e site, 2021 será a primeira Black Friday da Americanas desde a fusão com a B2W. A expectativa é ter “a maior Black Friday da história”. Segundo a empresa, a aposta é combinar pontos de venda físicos e digitais.

    A ideia é permitir que os clientes comprem nos sites da companhia e possam retirar os produtos presencialmente em uma loja. Cerca de 100 unidades da Americanas atuarão exclusivamente como espaços para retirada de pedidos.

    A Americanas afirma que oferecerá descontos de até 80%, e terá produtos com cashback de até 50% caso o pagamento seja feito pelo app da fintech Ame Digital.

    As categorias que devem receber os maiores descontos são eletrônicos, informática, telefonia, games, utilidades domésticas, bombonière, alimentos, bebidas, brinquedos e vestuário.

    A empresa também investiu em tecnologia na área de logística para aumentar a eficiência e velocidade de entrega. Além disso, ela afirma que já possui os estoques cobertos para 2021, sem possibilidade de falta de produtos.

    Via

    Proprietária das varejistas Ponto (antiga Ponto Frio), Casas Bahia e Extra, a Via afirmou que oferecerá descontos de até 80% e parcelamento em até 30 vezes nas compras. Ela terá um serviço de retirada em lojas em até duas horas após as compras em sites ou aplicativos.

    Os produtos mais procurados na data, segundo a empresa, devem ser televisores de tela grande, smartphones, computadores e eletrodomésticos.

    “Na Via, vemos a Black Friday sempre com boas expectativas. Queremos repetir o sucesso de 2020 neste ano”, afirma Abel Ornelas, vice-presidente comercial e de operações da empresa.

    A grande novidade para 2021 é que a Black Friday da Via contará com o Pix como alternativa de pagamento. Além disso, a nova megaloja da Casas Bahia, na cidade de São Paulo, funcionará 24h entre os dias 25 e 26.

    A Via também afirmou que reforçou as equipes em centros de distribuição, e manteve o investimento nas live commerces. Atualmente, 43% das compras são entregues em até 24h, ante 40% em 2020, com três novos centros de distribuição.

    A empresa possui um marketplace, que passou de 10 mil vendedores em 2020 para 100 mil, o que deve aumentar a quantidade de ofertas e produtos.

    Outra novidade é o aplicativo Via+Mobile, que permite a realização de compras e recebimento de pagamentos, sem necessidade de o cliente passar por um caixa. Ornelas afirma que “com os canais digitais fortalecidos, a companhia está preparada para fazer a gestão da jornada do cliente da forma como ele desejar. Pode começar no site ou no app, terminar na loja, ou vice-versa”.

    Mercado Livre

    Outro gigante do e-commerce, o Mercado Livre espera que a Black Friday de 2021 seja maior que a de 2020, já que a empresa já atingiu resultados melhores que os do ano passado.

    Roberta Donato, diretora de Marketplace do Mercado Livre, afirma que “as vendas de produtos de supermercado cresceram em 266% comparadas à segunda e terça-feira da semana da Black Friday do ano de 2020”.

    Segundo ela, as áreas de comida, bebidas, alimento para pets e produtos de limpeza são as mais procuradas pelos consumidores neste ano. Os descontos devem chegar a até 70%.

    A empresa possui três centros de distribuição novos em relação a 2020 para evitar demoras em entregas. Donato diz que essa mudança foi necessária porque “o consumidor se acostumou definitivamente a comprar online e às vantagens de receber o produto em casa”.

    Apesar da reabertura do varejo físico, ela afirma que o Mercado Livre tem notado que os consumidores ainda mantêm um volume de compras alto no e-commerce, que está aumentando. “Percebemos que os consumidores testaram [na pandemia] e apreciaram esses benefícios”.

    Magazine Luiza

    A Magazine Luiza, ou Magalu, também tem investido nos últimos anos no e-commerce, o que incluiu uma série de aquisições. Luiz Fernando Rego, diretor-executivo comercial da empresa, afirma que “a expectativa é sempre superar o ano anterior, e estamos confiantes nisso”.

    Segundo ele, as apostas em descontos mais altos em 2021 estão concentradas nos produtos premium, que possuem alta tecnologia. Entre eles estão smartphones, TVs de 50 polegadas e geladeiras inox duplex.

    Rego afirma que “o impacto do aumento do preço — por conta da inflação, flutuação cambial e outras questões macroeconômicas — nesses produtos é menor”. A empresa oferecerá descontos de até 80%.

    A empresa também garante que está com os estoques prontos para a Black Friday e o Natal, já que, de acordo com o Rego, houve uma preparação com antecedência para a data.

    “A loja física tem um papel fundamental, principalmente, em relação à logística do e-commerce. É por meio dela que conseguimos diminuir o tempo de entrega aos clientes”, diz Rego. A Magalu oferecerá a possibilidade de retirar nas lojas os produtos comprados online.

    Assim como outras varejistas, a empresa pretende realizar shows e lives na data para divulgar promoções.

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