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    Gerdau vai investir cerca de US$ 500 mi para ampliar capacidade de usina em MG

    O investimento começa agora e deve ser concluído em 2024, diz presidente da companhia

    Por Alberto Alerigi Jr, da Reuters

     A Gerdau vai ampliar a capacidade de laminação de bobinas a quente e de produção de perfis estruturais em sua usina em Ouro Branco (MG), em investimentos que têm como referência um total de US$ 500 milhões, afirmou o presidente-executivo da companhia, nesta quarta-feira (4).

    “Nosso laminador de bobinas a quente já está operando a plena capacidade…O investimento começa agora e deve ser concluído em 2024”, disse Gustavo Werneck em teleconferência com jornalistas sobre o resultado recorde da Gerdau no segundo trimestre.

    O prazo do laminador é o mesmo do equipamento de perfis estruturais, que produz vigas metálicas para a construção civil.

     

    A capacidade do laminador de bobinas a quente (BQ) será de 250 mil toneladas por ano, enquanto a da máquina de perfis, produto que a Werneck afirmou que a Gerdau é o único produtor na América Latina, será de 500 mil toneladas por ano.

    Os investimentos nos equipamentos não foram revelados na reunião com jornalistas, mas em teleconferência com analistas Werneck citou que “uma ordem de grandeza do (investimento em) BQ é de cerca de US$ 200 milhões e um investimento em um laminador de perfis estruturais como esse é de cerca de US$ 300 milhões”.

    Segundo o vice-presidente de finanças da Gerdau, Harley Scardoelli, como o laminador de bobinas atual da empresa está operando a plena capacidade há algum tempo, a produção adicional a ser trazida pelo novo equipamento poderá ser absorvida rapidamente. Já no caso da máquina de perfis isso ocorreria mais paulatinamente.

    Os executivos afirmaram que os investimentos iniciais nos dois novos equipamentos já estão incluídos no plano de orçamento de R$ 3,5 bilhões projetados para toda a empresa em 2021. Com as novas máquinas, a capacidade da usina de Ouro Branco vai subir para 1,1 milhão de toneladas de bobinas a quente por ano, mesmo volume para os perfis estruturais.

    Segundo a Gerdau, dos investimentos projetados para 2021, R$ 1,1 bilhão serão dedicados para expansão e atualização tecnológica. Em 2020, o investimento da companhia foi de R$ 1,65 bilhão , após R$ 1,75 bilhão em 2019.

    “Nos surpreendeu de positivamente o desempenho de construção civil em julho. O número de canteiros de obra subiu 5% entre junho e julho, isso é muito significativo. A demanda não vai diminuir ao longo dos próximos trimestres”, disse Werneck.

    Segundo o executivo, a Gerdau espera que suas vendas de aços planos e longos no Brasil cresçam 20% este ano no Brasil sobre 2020. A projeção está acima do previsto pela associação Aço Brasil, que espera que as vendas de aço no país este ano subam 18,5%.

    Outras frentes 

    Além da instalação dos novos equipamentos, o executivo afirmou que a Gerdau está reativando outras unidades em meio à forte demanda nacional por aço.

    A empresa prevê para fim de setembro ou início de outubro a reativação de usina em Araucária (PR). Também está retomando produção em uma linha de laminação de vergalhões, com capacidade para 360 mil toneladas anuais, que estava parada há sete anos no Rio de Janeiro. A Gerdau trabalha ainda para que a recém adquirida usina Silat, em Calcaia, no Ceará, atinja a capacidade plena de utilização de 600 mil toneladas no próximo ano. Além, disso, a empresa reativou neste mês usina em Mogi das Cruzes (SP).

    “No curto prazo estamos colocando em operação as capacidades disponíveis que temos no Brasil”, disse Werneck, ressaltando que a empresa mantém estratégia de expansão orgânica, mesmo com a alavancagem caindo no fim de junho a 0,65 vez dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

    Questionado sobre os preços de aço no mercado interno, Werneck afirmou que observa momento de estabilidade para os próximos meses e que o setor terá que trabalhar em custos para ver suas margens evoluírem mais, posição similar às divulgadas recentemente pelas rivais CSN e Usiminas.

    Em julho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o setor siderúrgico “fez um acordo” com ele para não voltar a subir preços de aço neste ano e ameaçou reduzir as tarifas de importação da liga em caso de novos reajustes.

    Desde então, o setor, que cita contínuo aumento de custos com matérias-primas e a alta dos preços internacionais do aço, tem afirmado que não houve acordo para interromper os reajustes, citando que o cenário está agora mais favorável à estabilidade.

    “Essa discussão (do imposto de importação) não faz mais nenhum sentido. Caducou, perdeu completamente o timing, o mercado está abastecido e as questões de custos e preços no país seguem plenamente o mercado internacional”, disse Werneck.

    “Teria sido muito mais produtivo…se o tempo dedicado a essa discussão da TEC (Tarifa Externa Comum) tivesse sido investido na redução do custo Brasil”, acrescentou.

    Nos Estados Unidos, importante mercado para os resultados da Gerdau, a companhia está atualmente com uma carteira de pedidos de clientes suficiente para 100 dias de comercialização, impulsionada em especial pela indústria da construção civil. Werneck afirmou que os volumes de venda no país no terceiro trimestre deverão ser fortes e que a utilização de capacidade de produção da companhia na região está em 90%.

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