Fundo de dividendos da Petrobras não teria efeito imediato em preço, diz economista
Jair Bolsonaro fez, em viagem pela Itália, uma série de declarações sobre a Petrobras que mexeu no preço de seus ativos na bolsa ontem, quando fecharam em alta de mais de 3%
Em viagem à Itália, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez uma série de declarações sobre a Petrobras que mexeu no preço de seus ativos na bolsa ontem, quando fecharam em alta de mais de 3%.
Além de ter alertado sobre um novo reajuste de preços e ter voltado a falar em privatização da estatal, Bolsonaro diz que estuda com o ministro Paulo Guedes a criação de um fundo de dividendos da petroleira para subsidiar o preço dos combustíveis.
A ideia, para o economista-chefe da MB Associados), Sérgio Vale, poderia virar uma política pública. Mas não afetaria valores imediatamente.
“Essa possibilidade de se colocar os dividendos da Petrobras como subsídio para baixar o preço nesse momento que estamos tendo alta, não fará com que o preço caia de forma significativa, mas pode se tornar uma política pública ao longo dos próximos anos”, disse em entrevista à CNN nesta terça-feira (2).
Privatização levaria tempo
Sobre uma eventual privatização da estatal, Vale ressalta que seria difícil concretizar esse projeto em um ano eleitoral.
“Privatizar a Petrobras é de interesse há muito tempo. Agora, imaginar que vamos ter um processo de privatização da principal empresa estatal do país, que tem por trás dificuldades políticas muito grandes, é difícil. Já vamos entrar no ano eleitoral, acho muito difícil avançar com celeridade nesse processo”, avaliou o economista.
Sobre um novo aumento de preços da gasolina e do diesel, Vale disse que já era esperado, devido ao câmbio e ao preço do petróleo.