Focus: mercado reduz previsão de alta do PIB para 2021 e 2022
Essa foi a quinta queda consecutiva na projeção do indicador
As previsões dos economistas do mercado financeiro para o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) neste e no próximo ano recuaram levemente. Em 2021, a atividade econômica deve avançar 3,17%, ante os 3,18% esperados na semana passada.
Apesar de pequena, essa foi a quinta queda consecutiva na projeção do indicador. Há um mês, era esperado avanço de 3,26% neste ano. Para 2022, o mercado passou a expectativa de alta de 2,34% para 2,33%.
Os números são do Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (5). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
Se confirmada a alta prevista para o PIB de 2021, a economia brasileira pode recuperar parte da queda de 4,1% registrada na atividade em 2020. A recessão do ano passado foi puxada pelos impactos econômicos da pandemia de Covid-19 e das medidas de isolamento social. Assim, a alta do PIB deste ano também está condicionada à melhora no cenário da crise sanitária e ao avanço da vacinação.
Inflação
Após 12 semanas consecutivas de alta, a previsão do mercado para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021 permaneceu estável. A estimativa é de inflação de 4,81% neste ano.
Ainda que acima do centro da meta — 3,75% —, a expectativa ainda está dentro do limite superior da meta inflacionária. Fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o IPCA deve ficar entre o piso de 2,25% e o teto de 5,25%.
Neste ano, o BC calcula que há 41% de chance de a inflação furar o teto. Para perseguir o centro da meta, o BC eleva ou reduz a taxa básica de juros, a Selic.
Assim, com o aumento das projeções para a inflação, o BC elevou a taxa para 2,75% ao ano, na última reunião. Até então, a Selic se encontrava na mínima histórica, a 2% ao ano.
Com a alta mais forte do que o esperado pelo mercado, os economistas já esperam que a taxa alcance os 5% ao ano até o fim de 2021. Há um mês a previsão era de 4% ao ano.