Focus: mercado passa estimar retração de 4,11% para o PIB em 2020
Além do corte na projeção do PIB, mercado financeiro também revisou IPCA e a Selic. Agora, a previsão é de inflação a 1,76% e Selic a 2,25% a.a
Os economistas do mercado financeiro cortaram, pela 13ª semana consecutiva, as projeções para o desempenho da economia em 2020. Como reflexo dos impactos da pandemia da Covid -19 na atividade econômica, a expectativa para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 3,76% para 4,11%. As projeções foram divulgadas nesta segunda-feira (11) no boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central (BC).
A previsão do mercado brasileiro ainda está abaixo de projeções do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que preveem quedas de 5% e 5,3%, respectivamente. Além disso, instituições financeiras como o JP Morgan já trabalham com possibilidade de recessão de até 7% para a economia brasileira. A maior contração já registrada na história do PIB brasileiro foi de 4,35%, em 1990, no governo Fernando Collor.
Nesta semana, o ministério da economia deve atualizar sua projeção oficial para o PIB de 2020. A equipe da pasta já trabalha com o cenário da maior recessão do país, acima dos 4,3%.
Inflação e Selic
O ambiente de incertezas mundiais, aumento de gastos públicos e crise política no Brasil também trouxe piora para as expectativas da inflação e da taxa Selic.
As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passaram de 1,97% para 1,76%. O número é bem abaixo do piso da meta deste ano, com centro em 4% e tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo – de 2,5% a 5,5%.
Após ter sido reduzida para nova mínima histórica de 3% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), as expectativas do mecado é a de que a taxa básica de juros encerre 2020 num patamar de 2,5% ao ano. Na semana passada, o Copom já indicou novo corte da Selic, para até 2,25% a.a.
A Selic é o principal instrumento da política monetária do Banco Central para o controle da inflação e para o estímulo da atividade econômica.