Flexibilização é sadia e bem-vinda, mas sem aglomeração, diz presidente da ACSP

Alfredo Cotait não concorda com reabertura de academias por conta de aglomerações em meio à pandemia da Covid-19
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Contra a reabertura das academias em meio à pandemia da Covid-19 por considerar que causariam aglomerações, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait, defendeu, em entrevista à CNN, nesta terça-feira (12), a flexibilização do isolamento social para salões de beleza e barbearias.

As declarações foram feitas após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incluir academias, salões de beleza e barbearia na lista de serviços essenciais. "Eu coloquei hoje, porque saúde é vida", explicou o presidente à imprensa, na segunda-feira (11). A medida foi criticada por parte dos governadores, que afirmaram que manterão esses comércios fechados.

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"Nós achamos que, eventualmente, respeitando a quarentena e o decreto do governador João Doria, poderia haver flexibilização nos salões de beleza e barbearias. Isso se houvesse também vindo junto [ao decreto de Bolsonaro] a necessidade de um protocolo rígido para atendimento individual com hora marcada e sem aglomerações", considerou Cotait.

O mesmo posicionamento, no entanto, não se aplica às academias. "Acho que vão causar aglomerações. O nosso ponto de vista é evitar aglomeração, mas uma flexibilização é sadia e muito bem-vinda. Temos que usar sempre o bom senso", afirmou.

Cotait esclareceu que esse posicionamento contra reabertura nesse momento abarca todos os tipos de comércios "que gerem aglomerações". "Nós estamos preservando a saúde", pontuou ele, que defendeu o estudo de um jeito para que as pessoas pudessem ser atendidas por educadores físicos, por exemplo, de forma individual". "Hoje a criatividade tem que estar focada em soluções individuais", destacou ele.

Perguntado sobre o rodízio ampliado que começou a valer na segunda-feira (12) na capital paulista, o presidente da ACSP classificou que trata-se de uma "medida radical que tem que ser revista". "Isso está gerando aglomerações no transporte público. Além disso, tem que se haver a compreensão de que o carro é um instrumento fundamental nessa época de isolamento", disse. "Defendemos a ideia de que o rodízio não é viável para o atual momento da cidade. No caso do transporte público, isso está aumentando a aglomeração e, com isso, a transmissão. A gente não consegue entender a cabeça dos nossos gestores".

Cotait ainda ressaltou que é preciso "cuidado para não cair na armadilha saúde e economia". "Temos que ter critérios e bom senso porque senão os dois vão sair perdendo. Nosso olhar é para a saúde, mas para o comércio também, que está sendo privado de trabalhar", concluiu.

 

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