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    Fávaro se compromete a operar por soluções, mas fiscais agropecuários decidem manter mobilização

    Expectativa do sindicato é de que o ministro participe de reunião com o Ministério da Gestão e Inovação no próximo dia 29 e atue pela resolução do impasse

    Danilo Moliternoda CNN

    Em reunião na tarde desta quarta-feira (21) com auditores agropecuários, o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, se comprometeu a operar dentro do governo por uma solução ao impasse que levou a categoria a se mobilizar nas últimas horas. A informação foi confirmada pela pasta.

    Apesar da sinalização, a mobilização — que deixou mais de 1,9 mil caminhões parados em Foz do Iguaçu (PR) — vai ser mantida pelo menos até o próximo dia 29. A informação foi confirmada à CNN por segundo Antônio Araújo, diretor da Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).

    Fávaro deve participar de reunião juntou ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no próximo dia 29. Ele disse à categoria que apoiará no que for possível o pleito dos servidores, que pedem a reestruturação da carreira.

     

    Araújo disse ainda que Fávaro pediu para que o movimento não radicalize o movimento e leve prejuízo ao setor produtivo. O representante ponderou as dificuldades de reivindicar as demandas da categoria, mas disse que o pedido será avaliado com cuidado.

    “Continuaremos a nossa mobilização com responsabilidade, preservando questões de saúde pública e a segurança alimentar. Isso posso garantir”, disse.

    A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou nesta quarta-feira que o setor está enfrentando dificuldades diante da recente mobilização. A operação atrasa a emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSIs) para embarques de produtos.

    Em entrevista à CNN, o presidente da associação, Ricardo Santin, afirmou que o setor apoia as reivindicações dos auditores: “Somos uma cadeia única, em que os fiscais colaboram”. Mas destacou que é necessário garantir que o setor possa “produzir comida”.

    “O atraso impacta não só as exportações, mas também em transportes internos, que impacta toda a cadeia de suprimento. E isso, no médio prazo, pode levar à falta de produtos nas prateleiras”, disse.

    Segundo Santin, os maiores impactos, no momento, estão no transporte de cargas vivas. Tanto a importação quanto a exportação de material genético avícola, por exemplo, são pontos de atenção.

    Em nota à CNN, o MGI destacou que concedeu reajuste linear de 9% aos servidores em 2023, que tendo um impacto “cheio” neste ano. Também informou que iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024, com mesas para tratar de carreiras específicas.

    “A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, disse.