‘Ferrogrão’ pode baratear custos de escoamento de grãos em até 40%
Ferrovia com quase 1.000 km de extensão promete reorganizar o mapa nacional do transporte de cargas
O projeto para facilitar o escoamento da safra do Centro-Oeste pelos portos da região Norte do país, chamado de “Ferrogrão”, avança de forma lenta devido aos entraves jurídicos.
A “Ferrogrão” é uma ferrovia com quase 1.000 km de extensão que promete reorganizar o mapa nacional do transporte de cargas. A meta, com o projeto, é ligar Sinop, no Mato Grosso, uma das principais regiões produtoras de soja e milho no país, ao porto de Miritituba, no Rio Tapajós, no interior do Pará. De lá, a produção poderá ser escoada para o resto do mundo.
“A Ferrogrão terá grande capacidade para escoar toda a carga de diversas regiões do Brasil para o porto de Miritituba e encurtar o nosso caminho para a Ásia. Se conseguirmos construir um equipamento desse, o produtor brasileiro se tornará muito mais competitivo”, afirma o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Hoje, cerca de 70% da safra mato-grossense de soja e milho é feita por portos das regiões Sul e Sudeste do país, que ficam a mais de 2.000 km de distância. Com o encurtamento da rota, o governo acredita que o preço do frete da exportação poderá cair entre 30% e 40%.
Mas para a obra sair do papel, o Governo Federal ainda precisa superar alguns entraves jurídicos. O projeto está parado por uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), porque parte da ferrovia passa pelo Parque do Jamanxim, no oeste paraense.
Em março deste ano, o STF concedeu liminar para suspender uma lei que alterava os limites do parque para viabilizar a passagem da Ferrogrão. Apesar dos entraves, a previsão é que o leilão da concessão da ferrovia aconteça no começo do ano que vem.