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    Fed diz em ata que postura monetária mais dura pode “ser justificável”

    Texto deu mais pistas sobre futuras altas de juros pelo banco central dos EUA, com alguns dirigentes defendo altas de até 0,5 ponto percentual nos juros

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business , em São Paulo

    Os integrantes do comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, consideram que uma política monetária mais dura pode “ser justificável” dependendo de desenvolvimentos econômicos e financeiros, segundo a ata da última reunião do órgão divulgada nesta quarta-feira (6).

    No último encontro, em 16 de março, o Fed realizou a primeira alta de juros desde 2018, com uma elevação de 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa está atualmente entre 0,25% e 0,50% ao ano.

    A expectativa do mercado é que, diante da maior inflação em 40 anos e níveis baixos de desemprego, o Fed adote uma postura mais rígida e suba os juros em 0,5 ponto percentual na reunião de maio.

    De acordo com a ata, “muitos” participantes da reunião indicaram que mais de um aumento de 0,5 p.p. pode ser apropriado nas próximas reuniões, “particularmente se pressões inflacionárias continuarem elevadas ou se intensificarem”.

    Nesse sentido, todos os participantes destacaram que é preciso manter a atenção a riscos de pressão adicionais à inflação e às expectativas de inflação de longo prazo. Entre eles, está a guerra na Ucrânia, que gerou “riscos negativos” e um “aperto geral de condições financeiras e uma alta prolongada nos preços de energia”, diz a ata.

    Integrantes do Fed concordaram que as incertezas sobre a trajetória da inflação estão elevadas, e que os riscos inflacionários estão “inclinados para cima”.

    Em uma coletiva após a reunião de março, o presidente da autarquia, Jerome Powell, afirmou que o banco central está disposto a subir os juros do país em um nível mais alto que o adotado se for necessário para combater a inflação.

    Desde então, falas de dirigentes do Fed também sinalizaram uma abertura com alta de 0,5 p.p., mas reforçando que isso dependeria do contexto da economia norte-americana em maio. O documento aponta que alguns dirigentes já haviam defendido em março uma alta nessa magnitude.

    Segundo a ata, os participantes da reunião consideraram que seria apropriado iniciar mais rapidamente uma postura monetária em direção a uma taxa neutra de juros.

    Outro tema importante para o mercado é a redução do balanço do Fed, que representaria uma redução na compra de títulos e uma injeção menor de dinheiro na economia.

    Os participantes concordaram em reduzir o balanço com cortes mensais de US$ 60 bilhões para títulos do Tesouro e US$ 35 bilhões para títulos de hipoteca devido à inflação e mercado de trabalho em condições “apertadas”.

    O ritmo de redução desse balanço, segundo a ata, deverá ser mais rápido que entre 2017 e 2019. Além disso, títulos de hipoteca podem começar a ser vendidos logo após a conclusão do enxugamento no balanço, mas não houve consenso. Os participantes da reunião concordaram que o Fed estaria “bem posicionado” para iniciar a redução após maio.

    Com informações da Reuters

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