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    Fala do Haddad foi inapropriada, diz presidente da Câmara, Arthur Lira

    Ministro da Fazenda declarou em entrevista que Câmara está com “muitos poderes”, mas que não podem ser utilizados para humilhar Senado e Executivo

    Diego Mendesda CNN , São Paulo

    O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, rebateu nesta terça-feira (15) a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, onde ele disse que a “Câmara está com muitos poderes.”

    Em conversa com jornalistas, Lira disse que achou que foi inapropriada a fala do ministro em uma entrevista.

    “Não há nenhum desencontro em relação a isso. Portanto, se não houver nenhuma sofreguidão do lado de lá, penso que os deputados e líderes não gostarão”.

    Segundo o presidente da Câmara, não há nenhum interesse de sua parte em promover acirramento de ânimos.

    “A Câmara tratou de dar todo o conforto para esse governo, nesse ano. Sem a PEC da Transição o governo não teria a tranquilidade orçamentária que tem, o arcabouço fiscal, a inédita reforma tributária e o Carf.”

    Haddad, afirmou que a Câmara dos Deputados está com “poder muito grande” e que em sua trajetória política em Brasília “nunca viu nada parecido”.

    O chefe da pasta ainda defendeu a necessidade de moderação na relação entre os poderes, e que a Câmara não pode utilizar esse protagonismo para humilhar o Senado Federal e o Executivo.

    “A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas estão com muito poder mesmo, não vi isso em nove anos que passei aqui entre governo Lula e Dilma. Nunca vi nada parecido. Penso que tem que haver uma moderação, que precisa ser construída”, afirmou Haddad em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, gravada na última sexta-feira (11) e divulgada nesta segunda-feira (14).

    Novo marco fiscal

    Lira informou ainda que houve um “atropelo” na véspera em relação às conversas para aprovação do novo marco fiscal, referindo-se a mal-estar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ponderou que há possibilidade de o arcabouço ser resolvido já na próxima semana.

    Segundo ele, a questão mais polêmica, que ainda carece de negociação, diz respeito à mudança nas regras de cálculo da inflação.

    “Ficou marcada uma reunião com o relator, técnicos da Fazenda, da CMO, da Câmara, e líderes partidários para que se discuta a única matéria mais polêmica ainda, que é a questão da modificação do prazo para cálculo do IPCA”, disse o deputado a jornalistas.

    Explicou que o assunto será debatido durante reunião com líderes partidários e, se os pontos em divergência chegarem a um acordo, o texto poderá ir a plenário no dia 22 de agosto, terça-feira que vem.

    A proposta do arcabouço fiscal substituirá o teto de gastos e é uma das pautas prioritárias da equipe econômica no Congresso Nacional.

    A pauta foi aprovada pelos deputados em maio deste ano, mas sofreu alterações no Senado. Por isso, precisa ser analisada mais uma vez pela Câmara.

     

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