Fábrica da Apple tem recorde de vendas em janeiro com fim de Covid-zero na China
Gigante manufatureira taiwanesa registrou receita de US$ 22 bilhões no período
A Foxconn, fornecedora da Apple, disse que suas vendas mensais em janeiro atingiram um recorde, uma vez que se recuperou das interrupções da Covid-19 na China.
Em uma atualização de vendas no domingo, a gigante manufatureira taiwanesa registrou receita de 660,4 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 22 bilhões) em janeiro, seu nível mais alto no mês e 48% a mais do que no mesmo período de 2022. A receita aumentou quase 5% em relação ao mês anterior.
O fabricante atribuiu seu desempenho a uma forte recuperação em seu amplo campus em Zhengzhou, no centro da China.
O local, que abriga a maior fábrica de iPhone do mundo, foi prejudicado no final do ano passado pelas restrições da Covid-19 e pelos protestos dos trabalhadores.
Agora, as operações estão “voltando ao normal” e as remessas de produtos aumentaram, disse a Foxconn.
A empresa também falou que um “melhor fornecimento de componentes” ajudou a impulsionar as vendas.
Duas das divisões mais assistidas da Foxconn: produtos eletrônicos de consumo inteligente, que incluem smartphones e televisores, e produtos de computação, que incluem laptops e tablets, “apresentaram forte crescimento de dois dígitos”, afirmou.
Os números ressaltam como o campus Zhengzhou da Foxconn, também conhecido como “cidade do iPhone”, está voltando à vida após os enormes contratempos.
Os problemas da empresa começaram em outubro, quando os trabalhadores deixaram o local devido a preocupações com as condições de trabalho relacionadas à Covid e a escassez de alimentos. Com poucos funcionários, bônus foram posteriormente oferecidos aos trabalhadores para retornar.
Mas protestos violentos eclodiram em novembro, quando funcionários recém-contratados disseram que a administração havia descumprido suas promessas.
Os trabalhadores entraram em confronto com os seguranças, antes que a empresa finalmente lhes oferecesse dinheiro para pedir demissão e deixar o local.
As dores de cabeça levaram os analistas a prever que a Apple provavelmente aceleraria a diversificação de sua cadeia de suprimentos fora da China.
Na semana passada, a Apple apontou os desafios na China como um fator-chave para seus ganhos piores do que o esperado.
O CEO Tim Cook disse que os problemas da empresa no país prejudicaram o fornecimento do iPhone 14 Pro e do iPhone 14 Pro Max durante a principal temporada de compras natalinas.
Desde então, a Foxconn conseguiu estabilizar as operações em suas instalações.
No mês passado, a mídia estatal chinesa informou que a fábrica de Zhengzhou estava quase de volta ao normal, atingindo 90% da capacidade no final de dezembro.
A empresa também expressou confiança para o caminho a seguir.
No domingo, disse em comunicado que sua perspectiva para o primeiro trimestre provavelmente atenderia às expectativas dos analistas, sem fornecer detalhes.
Analistas consultados pela Refinitiv esperam que a receita da empresa cresça 4% durante o período de janeiro a março.
As ações da Foxconn subiram 1,9% em Taipei nesta segunda-feira.