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    Exportações da China superam previsões com retorno de demanda global

    Dados superaram expectativas de economistas

    Reuters

    O crescimento das exportações e importações da China no período de janeiro a fevereiro superou as previsões, sugerindo que o comércio global está dando uma guinada, em um sinal encorajador para as autoridades que tentam sustentar a recuperação econômica.

    As exportações da segunda maior economia do mundo nos dois meses foram 7,1% maiores do que no mesmo período do ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta quinta-feira (7), superando a expectativa em pesquisa da Reuters de um aumento de 1,9%.

    As importações aumentaram 3,5%, contra expectativa de crescimento de 1,5%.

    “Os dados melhores do que a previsão refletem uma recuperação no comércio global impulsionada pelo setor de eletrônicos, mas também se beneficiam de um efeito de base baixo, já que o crescimento das exportações em janeiro-fevereiro de 2023 foi de -6,8%”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.

    A agência alfandegária publica dados combinados de janeiro e fevereiro para suavizar as distorções causadas pela mudança na data em que cai o Ano Novo Lunar, que este ano foi em fevereiro.

    O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou na terça-feira (5) uma meta de crescimento econômico para 2024 semelhante à do ano passado, de cerca de 5%, e prometeu transformar o modelo de desenvolvimento do país, que depende muito da exportação de produtos acabados e do excesso de capacidade industrial.

    As autoridades têm enfrentado um crescimento abaixo da média no último ano, em meio a uma crise imobiliária e à medida que os consumidores retêm os gastos, as empresas estrangeiras desinvestem, os fabricantes lutam por compradores e os governos locais enfrentam enormes cargas de dívidas.

    Eles precisarão ver uma recuperação sustentada nas exportações para se convencerem de que o motor de crescimento crucial ajudará a impulsionar a economia.

    Em contraste com os dados comerciais, por exemplo, a atividade industrial na China em fevereiro encolheu pelo quinto mês, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras do governo divulgado há uma semana, enquanto os novos pedidos de exportação diminuíram pelo 11º mês consecutivo.

    “Depois de levar em conta as mudanças nos preços de exportação e a sazonalidade, estimamos que os volumes de exportação aumentaram significativamente em janeiro e fevereiro, atingindo um novo recorde”, disse Huang Zichun, economista da China na Capital Economics, em uma nota.

    “No entanto, duvidamos da sustentabilidade dessa força, uma vez que os exportadores agora têm um escopo mais limitado para reduzir os preços a fim de garantir a participação no mercado”, acrescentou ela.

    Alguns economistas, inclusive Huang, apontam que pelo menos parte dos recentes ganhos de exportação pode ser atribuída ao fato de os fabricantes chineses terem reduzido os preços para garantir os pedidos.

    O superávit comercial da China cresceu para US$ 125,16 bilhões, em comparação com uma previsão de US$ 103,7 bilhões na pesquisa e US$ 75,3 bilhões em dezembro.

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