Euro sobe após extrema direita vencer primeiro turno da eleição na França

O euro subiu neste domingo, com o primeiro turno da chocante eleição antecipada da França colocando a extrema direita em primeiro lugar, mas dando aos investidores pouca clareza sobre o resultado final.

O Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu na frente no primeiro turno, confirmando as expectativas.

Mas a incerteza prevaleceu, já que o resultado final dependerá de como os partidos decidirão unir forças em cada um dos 577 distritos eleitorais do país para o segundo turno, preparando o cenário para dias de negociação antes do segundo turno no próximo domingo.

Uma pesquisa mostrou que o RN poderia ganhar uma maioria absoluta.

O euro, que caiu 0,8% desde que o presidente Emmanuel Macron convocou a eleição em 9 de junho, subiu 0,21%, para 1,0732 dólar, na abertura do pregão de segunda-feira na região Ásia-Pacífico.

“Talvez o resultado não seja tão ruim quanto o mercado temia”, disse Michael Brown, estrategista sênior da Pepperstone FX, observando que o ponto médio das projeções de 230 a 310 assentos nas pesquisas de boca de urna colocaria o RN um pouco abaixo da maioria absoluta.

“O mercado pode estar se consolando um pouco com isso. Mas, de modo geral, os riscos de baixa que existiam na sexta-feira no fechamento permanecem”, disse Brown.

A votação chocante abalou os mercados, uma vez que a extrema direita, bem como uma aliança de esquerda que ficou em segundo lugar no domingo, prometeram grandes aumentos de gastos. Os investidores ficaram alarmados, dado o já elevado déficit orçamentário da França, que levou a UE a recomendar medidas disciplinares.

Na semana passada, o prêmio que os detentores de títulos exigem para manter a dívida da França em relação à da Alemanha subiu para o valor mais alto desde 2012, durante a crise da dívida da zona do euro.

As ações de seus três grandes credores <BNPP.PA. caíram de 9% a 14%, liderando as perdas do índice de ações CAC 40 de Paris, que perdeu quase 7%.

As atenções se voltarão para os mercados de títulos e ações na abertura das negociações europeias na segunda-feira.

Por Yoruk Bahceli e Amanda Cooper