Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Postos de trabalho criados no boom do emprego nos EUA foram eliminados em um mês

    Mais 4,4 milhões de pessoas solicitaram auxílio-desemprego nos EUA; no total, são 26,5 milhões de pedidos

    Pela quinta semana seguida, milhões de trabalhadores solicitaram auxílio-desemprego nos Estados Unidos, em busca de um alívio financeiro enquanto os comércios seguem fechados no país durante a pandemia do novo coronavírus. Desde 14 de março, 26,5 milhões de solicitações do benefício foram preenchidas, segundo números ajustados. 

    O valor indica que todos os postos de trabalho criados durante o mais longo boom do emprego na história dos EUA foram eliminados em cerca de um mês, à medida que o novo coronavírus abala a economia.

    Pela primeira vez, os pedidos para o benefício totalizaram 4,4 milhões entre os dias 12 e 18 de abril, considerando ajustes sazonais, informou o Departamento de Trabalho dos EUA. Sem esses ajustes – os quais os economistas costumam usar para explicar flutuações sazonais de contratação -, o número bruto seria 4,2 milhões de solicitações.

    Independente da forma com que se olha para esses números, as últimas cinco semanas marcaram o aumento mais repentino de pedidos de auxílio-desemprego desde que o Departamento de Trabalho começou a compilar esses dados, em 1967.

    Nem todos esses pedidos são aprovados. Alguns são rejeitados porque os trabalhadores não atendem aos requisitos necessários. Mesmo assim, os números refletem um golpe devastador na renda dessas pessoas, indicando que 16,2% da força de trabalho do país está sofrendo com demissões, licenças ou redução de jornadas de trabalho durante a crise causada pela COVID-19.

    Estudos anteriores mostraram que trabalhadores de baixa renda são os mais afetados, e grupos como negros e hispânicos devem aguentar o peso do custo econômico desta crise.

    Assista e leia também:
    Análise: Trump se prepara para ficar na posição de quem alertou para desemprego
    Análise: como a alta do desemprego pode afetar Trump e as eleições de 2020
    Análise: negros e latinos são os mais afetados pelo desemprego nos EUA. Por quê?

    Estados lutam com o volume de solicitações

    Enquanto isso, os estados norte-americanos continuam lutando para processar o grande volume de solicitações de auxílio-desemprego. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse na terça-feira (21) que o estado dele tinha mil funcionários “apenas para atender as ligações” de pessoas que pedem o benefício. “Isso é o quão alto o volume está. E mesmo assim eles não dão conta”, afirmou.

    A agência estatal de trabalho da Flórida informou que pagou apenas 14% das solicitações preenchidas desde 15 de março – e está entre os mais lentos do país no processo, de acordo com uma análise da agência Associated Press.

    Somente um quarto dos pedidos feitos na Flórida foram rejeitados, porque as pessoas não atendiam aos requisitos do programa regular de benefícios. Contudo, alguns ainda podem conseguir o auxílio em razão de um novo programa de assistência aos desempregados pela pandemia, parte do pacote de US$ 2 trilhões aprovado pelo Congresso em março.

    Os parlamentares ampliaram temporariamente o programa de auxílio-desemprego a trabalhadores independentes, autônomos, temporários e aos afetados pelo novo coronavírus. Os estados correm, agora, para atualizar os sistemas de computador dos departamentos para conseguirem processar esses novos pedidos.

    Expectativa

    A expectativa entre economistas era de que as reivindicações recuariam para 4,2 milhões na semana passada, embora as estimativas tenham chegado a 5,5 milhões. A economia criou 22 milhões de empregos nos EUA durante o boom empregatício iniciado em setembro de 2010 e encerrado abruptamente em fevereiro deste ano.

    Embora os registros semanais de auxílio-desemprego permaneçam muito altos, os dados da semana passada marcaram o terceiro declínio semanal seguido, aumentando as esperanças de que o pior já passou. As reivindicações semanais parecem ter atingido o pico de 6,8 milhões na semana encerrada em 28 de março.

    Ainda assim, os economistas projetam que 25 milhões de empregos foram perdidos em abril, depois que a economia eliminou 701.000 posições em março, o maior declínio em 11 anos.

    O presidente Donald Trump, que buscará um segundo mandato na Casa Branca nas eleições de novembro, está ansioso para retomar a economia paralisada. Nessa quarta (22), ele aplaudiu as medidas tomadas por uma série de estados liderados pelos republicanos para começar a reabrir suas economias, apesar das advertências de especialistas em saúde sobre um possível novo surto de infecções.

    (Com Reuters)

    Tópicos