EUA, juros e fusão das operações com B2W puxam Lojas Americanas perto de 11%
Bases acionárias de Lojas Americanas e Americanas serão consolidadas em uma única companhia listada no Novo Mercado da B3
Na sessão desta quarta-feira (3), os papéis da Lojas Americanas (LAME4) protagonizavam a maior alta e cresciam 10,59%, a R$ 5,64, às 15h40, horário de Brasília. O movimento ocorre por conta do anúncio realizado nesta manhã pela companhia e pela antiga B2W, as varejistas Americanas (AMER3), sobre a fusão de suas operações e a diluição de seus controladores, além da queda nos juros futuros e migração para o mercado norte-americano.
A incorporação prevê a consolidação das bases acionárias de Lojas Americanas e Americanas em uma única companhia listada no Novo Mercado da B3. Dessa forma, uma vez concluída a operação, os acionistas da Lojas Americanas receberão 0,186 ação ordinária da Americanas.
Ao mesmo tempo, o segundo, terceiro e quinto homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, controladores das Lojas Americanas, se tornarão “acionistas referência” e não deterão mais do que 50% do capital da companhia. Eles controlam a varejista por meio da gestora 3G Capital.
O grupo, que segundo a Forbes, tem a fortuna estimada em US$ 34,9 bilhões, terá o controle de apenas 29,2% do capital da Americanas.
Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, explica que o movimento ajuda a simplificar a estrutura da companhia, “que hoje é muito complicada e o mercado não tem bons olhos para a organização societária [da Americanas]”. Para o especialista, os juros futuros também impulsionam os ativos para cima.
À medida que os juros futuros caem, a tendência é que o crédito fique mais barato, favorecendo as varejistas. Os juros do DI (Depósito Interfinanceiro) de janeiro de 2025 caíam para 12,29%, e para janeiro de 2027 diminuíam 12,53%, às 13h10.
Já Gabriela Sporch, especialista em finanças na Toro Investimentos, afirma que a notícia de que a companhia pode migrar sua base acionária para os Estados Unidos animou os investidores da Americanas. “O mercado norte-americano dará mais visibilidade à varejista e ainda dá a possibilidade [da empresa] levantar capital estrangeiro”, diz.
Às 15h45, horário de Brasília, as ações ordinárias AMER3 subiam 3,56%, a R$ 32,33.