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    EUA elevam juros em 0,25 ponto percentual, na primeira alta desde 2018

    Movimento do Federal Reserve marca início de ciclo de elevação de juros para combater a inflação no país

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (16) que elevou a taxa de juros no país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano. Foi a primeira alta de juros no país desde 2018.

    A decisão marca o início do ciclo de alta de juros na maior economia do mundo para combater a inflação persistente no país, que continua batendo recordes e já chegou aos maiores níveis em 40 anos, decorrente principalmente de efeitos da pandemia.

    A alta já era esperada pelo mercado desde o início do ano, e foi indicada de forma inédita pelo atual presidente do Fed, Jerome Powell, no dia 2 de março.

    “Estou inclinado a propor uma alta de 0,25 ponto percentual. Estamos preparados para agir com mais agressividade, elevando os juros acima dos 25 pontos por uma ou mais reuniões e a inflação não cair até o final do ano como esperamos”, disse Powell em seu depoimento ao Congresso norte-americano.

    A expectativa é que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos termine com a taxa em torno de 3% ao ano em 2023, encerrando 2022 entre 1,75% e 2%, com novas elevações nas próximas reuniões do Fed. Entretanto, o efeito inflacionário da guerra na Ucrânia pode piorar o quadro e exigir um patamar ainda maior.

    Em uma declaração após a alta, o Fed citou a enorme incerteza que a economia enfrenta com a guerra na Ucrânia e a crise de saúde em andamento, mas que “aumentos contínuos” na taxa de juros “será adequada” para conter a inflação.

    A declaração deixou de lado a referência direta à pandemia de coronavírus, mas citou a guerra na Ucrânia como geradora de uma “pressão ascendente adicional sobre a inflação” e pesando sobre a atividade econômica.

    A trajetória da taxa de juros mostrada nas novas projeções dos formuladores de políticas é mais dura do que o esperado, refletindo a preocupação do Fed com a inflação, que colocou em risco a esperança do banco central de uma mudança fácil das políticas de emergência posto em prática para combater as consequências econômicas da pandemia.

    Além da alta de juros, o banco central norte-americano sinalizou que começará a retirar os estímulos à economia estabelecidos durtante a pandemia a partir da próxima reunião, em maio.

    O momento em que a alta começaria era aguardado desde o segundo semestre de 2021. À época, Powell indicou que o Fed esperaria pelo momento em que o desemprego nos Estados Unidos caísse a patamares próximos ao do pleno emprego, para evitar que a desaceleração da atividade com as altas de juros prejudicasse a retomada da economia.

    Os juros maiores tendem a beneficiar o dólar e atrair investimentos para os títulos do Tesouro norte-americano, prejudicando principalmente o mercado acionário do país e do exterior.

    No caso do Brasil, mais avançado no ciclo de alta, a diferença entre as duas taxas de juros pode fazer com que esse efeito seja menor para o real, e até que a tendência de valorização da moeda brasileira continue.

    *Com informações da Reuters

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