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    Estudo do Ipea aponta quem ganha e quem perde no acordo UE-Mercosul

    Efeito positivo no PIB, exportações e investimentos é maior no Brasil do que em outros países; têxteis e farmacêuticos estão entre setores com potencial negativo

    Daniel Rittnerda CNN , em Brasília

    O Brasil terá os maiores impactos positivos entre os signatários do acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul em termos de PIB, exportações e investimentos.

    As simulações fazem parte de um estudo elaborado em fevereiro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao governo, com base nos textos do acordo preliminar fechado entre os dois blocos em 2019.

    Depois disso, não houve mais alterações significativas nas negociações sobre o ritmo de eliminação gradual (em até 15 anos) das tarifas e cotas (volumes máximos) para a importação de produtos com acesso privilegiado.

    Nos cálculos do Ipea, o acordo terá um efeito positivo de até 0,46% ao ano sobre o PIB do Brasil. Trata-se de uma simulação para o período compreendido entre 2024 e 2040.

    Isso significa que o tratado de livre comércio fará a economia brasileira crescer, anualmente, mais do que ocorreria sem o acordo — chegando ao ápice de 0,46% no fim do período.

    No caso dos demais sócios do Mercosul, o efeito sobre o PIB é positivo em até 0,2% ao ano. Para a UE, que tem uma economia maior, o impacto é menor (0,06%).

    O estudo prevê ainda que as exportações brasileiras devem crescer 3% ao ano e as importações tendem a aumentar os mesmos 3% anuais.

    As vendas externas dos países do Mercosul (excluindo o Brasil) devem se ampliar em 0,97% e as compras em 0,92%. No caso da UE, esses indicadores vão aumentar 0,12% e 0,16%, respectivamente.

    Um dos principais impactos para o Brasil seria em atração de investimentos. O acordo geraria um fluxo 1,49% maior — na comparação com um cenário sem acordo. Esse efeito é de 0,41% para os demais sócios do bloco sul-americano e de 0,12% para os europeus, segundo o Ipea.

    As estimativas foram feitas a partir um modelo de equilíbrio geral computável (EGC) global, o Global Trade Analysis Project (GTAP), bastante conhecido dos economistas que lidam com comércio exterior.

    Como em todo acordo comercial, há vencedores e perdedores. No Brasil, os principais ganhos estarão concentrados no agronegócio: carnes suína e de frango, pecuária bovina, frutas e vegetais. Algumas indústrias, como a de calçados, também saem ganhando.

    Setores com maior impacto negativo são o de equipamentos elétricos (-1,6% na produção), máquinas e equipamentos (-1,0%), produtos farmacêuticos (-0,6%), têxteis (-0,5%) e produtos metalúrgicos (-0,4%).

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