Estamos convictos, diz diretora da Magalu sobre programa só com trainees negros
"Estamos convictos da decisão, tanto no aspecto da legalidade quanto da necessidade da ação," disse a diretora executiva do Magazine Luiza, Patricia Pugas
A decisão da Magazine Luiza em colocar apenas negros, no próximo programa de trainees da empresa, ganhou os noticiários e inundou as redes sociais de opinões sobre o assunto nos últimos dias.
Segundo a diretora executiva de Gestão de Pessoas da empresa, Patricia Pugas, o grupo já esperava uma reação, mas não com tamanha dimensão.
Em entrevista para a CNN nesta terça-feira (22), Pugas disse também que a companhia se amparou em amplo material legal para lançar o projeto, que não sofre risco de ser cancelado.
“Nós imaginávamos que o programa teria repercussão por ser uma iniciativa inédita, mas o tamanho que isso tomou nos surpreendeu. Não imaginávamos essa reação,” disse Patricia.
“Estamos convictos da decisão, tanto no aspecto da legalidade quanto da necessidade disso como empresa. Nos aprofundamos com o jurídico, entidades representativas, Ministério Público do Trabalho e nos cercamos de jurisprudências e notas técnicas sobre o assunto. Do mesmo jeito que nos estruturamos para lançar o programa, estamos prontos para mantê-lo.”
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A diretora executiva explicou que a necessidade de colocar pessoas negras em cargos de liderança da companhia nasceu de pesquisa interna que mostrou que apesar de 53% do público do Magazine Luiza ser preto ou pardo, apenas 16% deste grupo ocupa cargos de liderança na empresa.
“A diversidade é importante para falar melhor com nossos clientes. Entendemos que a representatividade racial nos cargos de liderança se faz necessária. Escolhemos por um programa de trainee por ser o caminho mais rápido que temos dentro da empresa para corrigir uma distorção.”
(Edição: Sinara Peixoto)