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    Estado de SP levanta R$ 14,77 bi com venda de ações da Sabesp

    No total, a venda das ações da Sabesp envolveu 220.470.00 ações, incluindo cerca de 28,8 milhões de papéis em lote suplementar

    Reuters

    O estado de São Paulo levantou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da Sabesp, uma oferta executada ao preço de R$ 67 por papel e que marcou a privatização da maior companhia de saneamento do Brasil.

    A operação reuniu 17.572 investidores pessoa física que compraram 21.876.433 ações da empresa. A oferta contou ainda com 390 investidores estrangeiros que adquiriram 43.292.772 ações da empresa e 1.007 fundos de investimentos que ficaram com 38.492.273 papeis.

    No total, a venda das ações da Sabesp envolveu 220.470.00 ações, incluindo cerca de 28,8 milhões de papéis em lote suplementar. As ações exibiam alta de 0,02% por volta das 15h30, cotadas a R$ 87,02.

    A Equatorial Energia, que até então atuava em saneamento apenas por meio de uma pequena operação no Amapá, tornou-se investidor estratégico da Sabesp no final de junho sem enfrentar concorrência, ficando com fatia de 15% na companhia em um investimento de cerca de R$ 7 bilhões.

    Em pronunciamento durante a cerimônia, o presidente da Equatorial, Augusto Miranda, procurou rebater críticas que afirmam que a empresa não tem expertize no setor. “Trazemos ampla experiência em operação de ativos de infraestrutura”, afirmou.

    O executivo citou que a Equatorial tem atualmente 34 milhões de clientes em 15 estados do país, tendo investido no ano passado R$ 11 bilhões.

    “Iremos somar esforços na melhoria da gestão”, afirmou o executivo sobre a nova governança da Sabesp, anteriormente controlada pelo estado de São Paulo, que detinha uma participação de 50,3% na empresa.

    O presidente-executivo da Sabesp, Andre Salcedo, oriundo da Iguá Saneamento, afirmou que a entrada da Equatorial como investidor estratégico na companhia vai “trazer alavanca para acelerar ganhos de eficiência e eficiência de investimento”.

    Segundo ele, a Sabesp tem um plano de investimento de R$ 70 bilhões para cumprir em cinco anos, diante das metas de universalização de água e esgoto em cerca de 370 citadas do estado.

    E rebatendo críticas sobre o processo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lembrou que, para se tornar investidor estratégico, a Equatorial aceitou uma obrigação de manter as ações adquiridas da Sabesp até 2030 “e abriu mão do controle”, algo que afastou outros potenciais interessados.

    Em junho, a Reuters publicou que a Aegea estava interessada na privatização da Sabesp.

    Questionado por jornalistas sobre o destino dos R$ 14,8 bilhões levantado com a venda das ações da Sabesp, Freitas afirmou que R$ 4,4 bilhões serão destinados a um fundo de universalização que servirá para subsidiar parte das tarifas dos consumidores nos próximos anos e o restante para investimentos em projetos em andamento no estado. Ele não deu detalhes, mas citou áreas como rodovias e ferrovias.

    Segundo a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Natalia Resende, em 2026 passa a valer um novo ciclo de revisão tarifária no estado que será acompanhado pela agência reguladora estadual Arsesp e será baseado nos investimentos realizados pela Sabesp.

    “A Sabesp vai encaminhar para a Arsesp, que vai verificar a execução e enviar para o conselho de orientação do fundo de universalização quanto será necessário para ficar abaixo da tarifa estatal”, afirmou.

    Redução de tarifa

    Com a privatização, entra em vigor nesta terça-feira (23) um novo contrato de concessão em que haverá a aplicação de um novo conjunto tarifário, com redução de 1% para residências, 0,5% para comércio e indústria e 10% para famílias de baixa renda atendidas pelas chamadas “tarifa social” e “tarifa vulnerável”, afirmou o governo estadual.

    “Agora a Sabesp está livre para trabalhar no biogás e no biometano, água de reuso, tratamento de efluentes não domésticos”, afirmou o governador, citando travas que impediam a empresa de atuar nesses segmentos enquanto empresa pública.

    Freitas ainda afirmou que a companhia está “livre para avançar em resíduos sólidos e autoprodução de energia, para avançar no território brasileiro e latino-americano”.

    A privatização da Sabesp era um tema que vinha circulando no mercado há anos, começando a acelerar durante a gestão do ex-governador João Dória.

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