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    Impacto da pandemia no emprego é devastador, diz Silvia Matos, do IBRE/FGV

    Em entrevista para Thais Herédia, a economista Silvia Matos avalia que a COVID-19 terá o maior impacto da série histórica no aumento do desemprego

    Thais Herédiada CNN

    A intensidade do choque provocado pelo novo coronavírus é tão incerta quanto a superação do seu contágio. Economistas se debruçam sobre dados e referências já disponíveis em outros países, que já sofreram a primeira onda de contaminação da doença, para tentar estimar os efeitos econômicos da crise mais aguda que se tem registro em um século. 

    O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV), publicou um estudo com cenários possíveis para a economia brasileira. A queda do PIB poderá se equiparar com outros momentos da história brasileira, mas no mercado de trabalho o estrago será dramático e mais duradouro, como explica ao CNN Business a economista/pesquisadora Silvia Matos, uma das autoras do estudo do IBRE. 

    “O impacto no emprego será devastador porque o setor de serviços é o mais impactado. Na nossa série histórica, desde 1980, nunca aconteceu algo similar. Historicamente, sempre o emprego foi preservado e a informalidade fez com que, mesmo a renda não crescendo, as pessoas tivessem trabalho. Agora isso não será possível e o emprego pode cair mais de 6%. Isto faz com que a taxa de desemprego fique muito alta e por muito tempo”, prevê a economista do IBRE. 

    Há dois cenários previstos pelos pesquisadores da FGV, um bastante pessimista. Se o PIB cair 3,4%, o desemprego chegará a 17,8% este ano. Com a crise se estendendo, a paralização da atividade econômica se alongando, a previsão é assustadora. O PIB pode cair 7% e o desemprego, disparar para 23,8%. Em qualquer um dos cenários já é certa uma perda abrupta da renda dos trabalhadores, deixando para o governo a responsabilidade de compensá-los para evitar uma crise ainda pior. 

    A seguir, assista à entrevista com Silvia Matos.

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