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    Entregadores de apps fazem paralisação por melhores condições de trabalho

    Ato acontece em várias cidades do país nesta quarta-feira (1º)

    Entregadores de aplicativos de delivery fazem um ato nesta quarta-feira (1º) um ato em várias cidades do país. Eles reivindicam melhores condições de trabalho, além de ajuda das empresas para compra de equipamentos de proteção – como luvas e máscaras. Eles ainda afirmam que as plataformas reduziram a comissão por entrega mesmo com aumento de demanda por conta do isolamento social.

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    Em São Paulo, motociclistas e ciclistas saíram em protesto pelas ruas. À CNN, o presidente interino do SindimotoSP, Gerson Silva, afirmou que “a principal frustração da categoria é a precarização do setor”. “Hoje eles estão muito mais tempo expostos na rua e ganhando menos”, defendeu.

    “A cada tempo que vai passando, somos mais desvalorizados pelo nosso serviço, que agora, na época da pandemia, damos nosso sangue e fazemos um serviço de risco em estar levando  produto para o cliente, só que os aplicativos não estão nos valorizando. Achamos que iria melhorar a taxa, mas diminuiu mais ainda”, disse João Alves.

    “Sair cedo de casa, ficar dez horas online na rua, fazer três entregas e levar R$ 25 para casa não ajuda a gente”, lamentou Anderson Pereira. “Ninguém se responsabiliza por nada. Tem companheiro nosso perdendo a vida e nós não temos direito a nada”, resumiu Jefferson Nascimento.

    Em São Paulo, entregadores fazem greve e manifestação por direitos trabalhistas
    Em São Paulo, entregadores fazem greve e manifestação por direitos trabalhistas
    Foto: Anthony Wells/CNN (1.jul.2020)

    Com mais de 150 mil entregadores cadastrados, o iFood acompanha com atenção à manifestação, segundo apurou o analista de economia e diretor do CNN Brasil Business, Fernando Nakagawa. O vice-presidente de estratégia e finanças da empresa, Diego Barreto, rejeita as reclamações feitas pelos entregadores e diz que as condições oferecidas pelo aplicativo geram remuneração superior ao salário mínimo e a empresa tem oferecido proteção aos entregadores, como seguro de vida, coparticipação em rede privada de saúde e equipamentos de proteção à Covid-19. 

    O executivo do iFood reconhece, porém, que a reclamação dos trabalhadores suscita uma discussão mais ampla. “O Estado precisa conversar com todo mundo para que a gente possa encontrar como será essa relação profissional entre o entregador e o aplicativo. É diferente da CLT (emprego com registro)”, diz Barreto, ao comentar que o grande problema é a falta de proteção social dos entregadores. “O Estado precisa entender questões da seguridade, como acesso à Previdência Social e licença médica ou maternidade. É preciso construir regras para isso”. 

    (Edição: Leonardo Lellis)

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