Entenda por que o lucro da Adidas caiu quase 40% no primeiro trimestre
Segundo a empresa, declínio foi causado por um "ambiente de mercado desafiador" na China, que segue com fortes medidas restritivas contra a Covid-19
A Adidas, nesta sexta-feira (6), afirmou que vendas fracas na China foram responsáveis por uma queda acentuada no lucro do primeiro trimestre.
A gigante alemã de roupas esportivas registrou lucro líquido de € 310 milhões (US$ 327 milhões) nos primeiros três meses de 2022, uma queda de 38% em relação ao mesmo período do ano passado.
A empresa disse que o declínio foi causado por um “ambiente de mercado desafiador” na China, onde as vendas caíram 35%, bem como interrupções na cadeia de suprimentos.
Sem fim à vista para a estratégia de zero Covid do presidente chinês Xi Jinping, as perspectivas para os negócios da Adidas na China – que representaram cerca de 20% das vendas da empresa no ano passado – são sombrias.
Os bloqueios contra a Covid-19 introduzidos recentemente forçaram um grande número de lojas a fechar. A Adidas também observou “fortes quedas de tráfego” em partes do país não diretamente afetadas pelas restrições.
“As receitas na Grande China agora devem diminuir significativamente em 2022”, disse a Adidas em comunicado.
As autoridades chinesas impuseram um bloqueio draconiano em Xangai – o centro financeiro da China – no final de março, após um aumento nos casos de coronavírus.
Embora as autoridades tenham começado a suspender algumas restrições no mês passado, mais de 8 milhões de moradores ainda estão proibidos de deixar seus complexos residenciais.
As restrições na capital Pequim também foram reforçadas nos últimos dias e devem causar mais dor às marcas ocidentais no momento em que a economia da China já está se contraindo.
No mês passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que esperava que o PIB da China crescesse 4,4% este ano, bem abaixo da meta do governo de cerca de 5,5%
A Adidas registrou fortes vendas nos mercados ocidentais no primeiro trimestre e disse que agora espera que o crescimento geral deste ano fique na extremidade inferior da faixa de 11% a 13% prevista anteriormente.
A rival Nike (NKE) relatou uma queda de 5% em suas receitas na China no período de dezembro a fevereiro, em comparação com o ano anterior, antes da introdução dos últimos bloqueios.