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    Entenda o que pode acontecer se limite da dívida e crise bancária nos EUA coincidirem

    Enquanto país ainda lida com recentes problemas com bancos, autoridades precisam decidir sobre teto de endividamento até 1º de junho

    Nicole Goodkindda CNN Nova York

    O presidente Joe Biden disse no fim de semana que a pauta do teto da dívida estava avançando e que as negociações entre a Casa Branca e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, seriam retomadas na terça-feira.

    Mas ainda não há um plano para evitar um calote na dívida dos EUA, e agora há apenas quatro dias em que a Câmara e o Senado devem estar em sessão antes de 1º de junho, data em que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou que o governo dos EUA pode ficar sem dinheiro.

    Sem uma ação rápida do Congresso para aumentar ou suspender seu limite de endividamento auto-imposto, o país em breve poderá não conseguir pagar suas contas. Tal inadimplência causaria, nas palavras de Yellen, “uma catástrofe econômica”.

    Isso teria sérios efeitos cascata sobre as pequenas e médias empresas. O acesso ao crédito pode tornar-se mais difícil, agravando ainda mais os desafios que as pessoas e as empresas já enfrentam devido à crise bancária.

    A CNN Internacional falou com Dean Zerbe, diretor-gerente nacional do Alliantgroup e ex-conselheiro sênior e consultor tributário do Comitê de Finanças do Senado dos EUA para discutir o que esses sinais podem ser.

    O que as negociações do teto da dívida em andamento significam para as pequenas e médias empresas?

    Há um número significativo de pequenas e médias empresas que ainda esperam que o crédito de retenção de funcionários [um crédito fiscal introduzido para incentivar os empregadores a reter seus funcionários durante tempos econômicos desafiadores] volte para eles.

    O IRS tem uma carteira de pedidos considerável – mais de um milhão de registros ainda estão esperando para serem processados. Isso tem sido uma tábua de salvação real para pequenas e médias empresas, muitas vezes no valor de centenas de milhares de dólares.

    Se os EUA não tiverem dinheiro para fazer esses pagamentos e houver mais atrasos, isso significa que as empresas não poderão contratar ou possivelmente até mesmo manter suas portas abertas.

    O que acontece se um calote dos EUA colidir com a crise entre os bancos regionais?

    É um golpe duplo – já vemos o crédito se esgotando para pequenas e médias empresas –, está ficando mais difícil para elas conseguirem empréstimos.

    Outra maneira dessas empresas obterem acesso a fundos é por meio de suas restituições de impostos ou pelo crédito de retenção de funcionários. Portanto, se não está recebendo reembolso de impostos e não pode ir ao banco, há um golpe duplo.

    Como alguém que esteve envolvido nessas negociações do teto da dívida no passado, o que você acha que está acontecendo a portas fechadas agora?

    Realmente não é tão difícil fechar um acordo, há muita postura acontecendo agora. O Congresso está lidando com muita pressão de vários grupos e todos têm que mostrar que lutaram pelo seu lado.

    Isso não é impossível, mas acho que a Casa Branca deveria reconhecer que os republicanos realmente não têm um controle e que um jogo de influência pode se tornar realmente perigoso.

    Você acha que executivos de bancos e membros da comunidade empresarial podem pressionar o Congresso e a Casa Branca para chegarem a um acordo?

    O presidente da Câmara vai atender uma ligação do [CEO do JPMorgan] Jamie Dimon e ele vai ouvi-lo. Mas ele vai perguntar “quantos votos Jamie Dimon tem na Câmara dos Deputados?”

    Então, sim, os líderes empresariais podem aconselhar, mas não estão vivendo essa situação. A Casa Branca precisa reconhecer que pode fazer com que os CEOs financeiros liguem, mas isso não vai influenciar a Câmara a aceitar com um acordo.

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