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    “Enem dos Concursos”: prova pode ser adiada no Rio Grande do Sul, diz ministro

    Cerca de 6 mil inscritos estão em municípios em situação de emergência ou sem acesso a cidades onde exame será aplicado

    Chuvas que atingem o Rio Grande do Sul deixaram o município de Montenegro em estado de calamidade
    Chuvas que atingem o Rio Grande do Sul deixaram o município de Montenegro em estado de calamidade Reprodução/Prefeitura de Montenegro

    Agência Brasil

    O ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse nesta sexta-feira (3) que a decisão sobre um possível adiamento das provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) no estado do Rio Grande do Sul deve sair nas próximas horas.

    “No mais tardar, até o início da tarde de hoje, a gente precisa ter uma orientação definitiva sobre a realização do concurso.”

    Um boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado na manhã desta sexta-feira contabiliza 31 mortes em decorrência das chuvas em todo o estado.

    Há ainda 74 pessoas desaparecidas e 56 feridos. Até o momento, 235 municípios foram afetados pelos temporais, totalizando 351.639 pessoas afetadas.

    Dessas, 17.087 estão desalojadas e 7.165, em abrigos. Os números, de acordo com o governador Eduardo Leite, devem subir ao longo dos próximos dias.

    Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa “Bom Dia, Ministro”, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Paulo Pimenta disse ter participado de uma reunião, na noite desta quinta-feira (2), envolvendo a Casa Civil e a própria ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, para tratar da aplicação do concurso no Rio Grande do Sul.

    O encontro envolveu ainda a Advocacia-Geral da União (AGU).

    Segundo Pimenta, o adiamento do concurso tem um custo de R$ 50 milhões e o cancelamento exclusivo no RS é questionável do ponto de vista jurídico. “Outra hipótese que existiria é a suspensão total do concurso. A não ser que haja alguma decisão judicial nesse sentido.”

    Não podemos levar o concurso para uma insegurança jurídica. Vamos tomar uma decisão consolidada no decorrer das próximas horas para garantir a tranquilidade e a segurança jurídica necessária para todas as pessoas que vão participar desse certame”, disse Pimenta.

    Na noite de quinta-feira, o governo chegou a confirmar a realização das provas em todo o país conforme o previsto. Em nota, afirmou que faria todos os esforços para garantir a participação dos candidatos do Rio Grande do Sul. A questão, no entanto, ainda está em debate.

    De acordo com o ministro, 86 mil inscritos no Concurso Unificado são do Rio Grande do Sul. Ao todo, 10 cidades gaúchas vão ofertar as provas.

    “Algumas dessas cidades não estão em áreas em situação de emergência e não estão com impedimento de acesso”, afirmou.

    Ainda segundo Pimenta, dos 86 mil inscritos no estado, 21 mil estão fora de cidades onde vai acontecer a prova e 6 mil estão em municípios em situação de emergência ou sem acesso a cidades onde ocorrerá a prova.

    “No decorrer da manhã, vamos nos debruçar sobre isso. O compromisso do governo é que ninguém seja prejudicado. Ninguém pode deixar de participar do concurso porque está numa cidade em situação de emergência ou está numa cidade onde o bloqueio impede o acesso ao local da prova.”

    Para Pimenta, a situação é “bastante delicada e de difícil solução”, uma vez que envolve aspectos logísticos além dos jurídicos.

    “Por um lado, temos 2,6 milhões de pessoas e, desse total, 2,5 milhões prontos para fazer a prova no domingo. Eles já estão na cidade onde a prova vai ocorrer. As provas já estão nas cidades”, defende o ministro.

    “Diferentemente do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que tem um banco de perguntas e que prevê a possibilidade de fazer uma espécie de segunda chamada, esse é um outro formato. Você não tem banco de perguntas. Não temos uma solução pronta.”

    Mas o ministro reconhece que há uma dificuldade em garantir o transporte dos 6 mil inscritos em apuros à medida que o enfoque da operação está “no resgate de famílias que estão, muitas delas, entre a vida e a morte neste momento”.