Empresas fecham acordo para testar etanol como combustível para transporte marítimo
Raízen e Wartsila vão cooperar em iniciativa para reduzir pegada de carbono gerada por embarcações


Veja imagens do primeiro navio equipado com velas metálicas WindWings
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O Navio Pyxis Ocean da Cargill, velejando movido pelo vento. • Divulgação/Cargill/Business Wire
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O projeto é uma parceria da Cargill, BAR Technologies, Mitsubishi Corporation e Yara Marine Technologies • Divulgação/Cargill/Business Wire
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O navio é o primeiro a ser adaptado com dois WindWings. As velas medem 37,5 metros de altura e podem ser instaladas no convés de navios de carga para ajudar a reduzir as emissões de CO2 e o uso de energia. • Divulgação/Cargill/Business Wire
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Instalação dos WindWings no Pyxis Ocean. Montagem foi feita no estaleiro COSCO em Xangai, China, antes da embarcação zarpar rumo ao Brasil. • Divulgação/Cargill/Business Wire
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Navio Pyxis Ocean aportado com os WindWings instalados. A embarcação foi adaptada com a tecnologia de propulsão assistida para reduzir as emissões de CO2. • Divulgação/Cargill/Business Wire
A Raízen, maior produtora mundial de etanol de cana-de-açúcar, e a Wartsila, líder em propulsão para transporte marítimo, cooperarão em um programa de pesquisa para testar o etanol como opção de combustível para navios, segundo as empresas.
A finlandesa Wartsila já produz motores para navios que podem operar tanto com diesel como com metanol. O objetivo da colaboração com a Raízen é testar o etanol como combustível alternativo para embarcações.
A indústria do transporte marítimo procura reduzir a sua significativa pegada de dióxido de carbono (CO2). Foram estabelecidas metas para reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2030 e 70% até 2050.
Até agora, apenas alguns navios possuem motores que podem funcionar com qualquer combustível que não seja à base de petróleo.
Stefan Nysjö, vice-presidente de fontes de energia da Wartsila, disse que o metanol e o etanol são semelhantes e que o acordo com a Raízen é uma oportunidade para ampliar o conhecimento sobre possíveis combustíveis de baixo carbono para a indústria naval.
A Raízen fornecerá etanol de primeira e segunda geração para a pesquisa, além de alocar uma equipe para trabalhar com os pesquisadores da Wartsila.
A empresa brasileira acredita que seu etanol poderia reduzir as emissões de carbono em até 80%.
Há divergências nas pesquisas em todo o mundo sobre o potencial do etanol para reduzir emissões.
O etanol de primeira geração é aquele produzido a partir da cana-de-açúcar ou de cereais como milho ou trigo, enquanto a segunda geração é produzida a partir de resíduos vegetais e pode ser carbono negativo.
A Raízen iniciou este mês a produção de sua segunda planta de etanol 2G no Brasil, na qual investiu R$ 1,2 bilhão.
Paulo Neves, vice-presidente de Comercialização da Raízen, disse que a empresa concluirá mais duas plantas de etanol 2G em 2024 e outras duas em 2025.
“Hoje fornecemos etanol para mais de 40 países, de forma muito competitiva. Isso mostra que o combustível está disponível”, afirmou Neves.