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    Empresas avançaram com sustentabilidade, mas enfrentam desafios para compreender IA, diz relatório

    Pesquisa com executivos aponta que 77% avaliam que empresas devem se responsabilizar por questões que preocupam a sociedade

    João Nakamurada CNN , em São Paulo

    As diretorias das empresas de todo o mundo têm de lidar com uma lista crescente de tópicos críticos e sensíveis à sociedade.

    Questões ligadas a clima e sustentabilidade são algumas das principais urgências apontadas nos últimos anos. Para além destas, outras problemáticas que ganharam peso na agenda dos executivos são questões geopolíticas e tecnologias disruptivas, como inteligência artificial (IA) generativa.

    A terceira edição do relatório “Como os conselhos estão evoluindo para enfrentar desafios que vão da sustentabilidade à volatilidade geopolítica”, elaborado pelas consultorias BCG, Heidrick & Struggles e o Centro de Governança Corporativa Insead, aponta que 77% dos executivos avaliam que o conselho de suas empresas deve se responsabilizar por questões que preocupam a sociedade.

    Com o passar dos anos, as companhias conseguiram avançar na agenda de sustentabilidade, mas ainda vêm enfrentando desafios para compreender a IA e como se adequar à ferramenta.

    “Estas dinâmicas interligadas estão forçando os diretores a navegar num ambiente cada vez mais imprevisível, repleto de exigências conflitantes e muitas vezes politicamente carregadas. Ao mesmo tempo, os diretores devem gerir as exigências frequentemente conflitantes de diversas partes interessadas – incluindo ativistas – num mundo cada vez mais polarizado”, destaca o relatório.

    “Nossa pesquisa esclarece o trabalho árduo das diretorias sobre essas questões.”

    A pesquisa foi realizada com 444 diretores e executivos do mundo, incluindo a realização de 12 mesas redondas com mais de 130 diretores da América do Norte, Europa, Sudeste Asiático, África e América do Sul.

    Neste ano, as consultorias destacam a melhoria na percepção dos tomadores de decisões sobre a postura de suas respectivas empresas quanto à pauta de sustentabilidade. 82% dos respondentes concordam que as companhias em que trabalham tem conhecimento claro para lidar com o assunto.

    Olhando discriminadamente por setor, nota-se como as empresas de energia e utilidade — por conta do efeito da transição energética em suas atividades — tem maior compreensão sobre sustentabilidade: 90% dos executivos da área acreditam que suas empresas sabem lidar com o clima e o meio ambiente.

    “Nosso trabalho revela que as lições aprendidas pelos conselhos de direção ao abordar questões de sustentabilidade os estão ajudando a evoluir em direção a um novo modelo de governança”, avalia o relatório.

    A pesquisa aponta que as empresas têm buscado maior dinamismo ao lidar com essas questões, olhando para o futuro e buscando formular ações de precaução para ter maior adaptabilidade.

    “Você deve continuar a aceitar as incertezas; a controlabilidade não existe. Isto exige resiliência das pessoas e das empresas — e isso é muito mais essencial do que quaisquer ações específicas”, respondeu um dos executivos à pesquisa.

    Dentre as estratégias mais adotadas pelas empresas estão aquelas ligadas a investimentos. 69% dos executivos apontaram que adotam ao menos investimentos de longo prazo em tecnologia ou alocação de recursos flexíveis.

    Por conta da complexidade que os problemas vão ganhando, o relatório aponta que o cenário empresarial, além de mais desafiador, coloca os diretores em posição de valorizar seus trabalhos.

    “À medida que as questões se tornam mais complexas, o bom senso comercial e o caráter pessoal tornam-se tão importantes quanto o profundo conhecimento empresarial”, pontua a nota de consultoria.

    Mas uma pedra no sapato dos empresários é a IA generativa, a qual menos da metade das empresas apontam estarem preparadas, e apenas 37% dizem saber como aproveitar o recurso para ganhar competitividade.

    Não obstante, 18% dos respondentes disseram que não sabem os planos de suas empresas para a tecnologia.

    “Detectamos alguns sinais de alerta. Embora a maioria dos diretores consiga descrever as medidas que a sua empresa está tomando para adotar a IA generativa, um total de 18% não sabe quais as medidas que a empresa está buscando para se adaptar. Os conselhos de administração poderão tornar-se mais informados sobre estas questões mais recentes ao longo do tempo se procurarem informações da mesma forma que o fazem sobre a sustentabilidade”, destaca o relatório.

    “Por exemplo, em 2023, descobrimos que os conselhos dependiam de uma variedade de fontes internas e externas de informação e, em geral, queriam mais informações de fontes externas para se manterem bem informados e adquirirem alfabetização.”

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